07/08/2017 09:10
Na Lata: símbolo da (in)Justiça, qual será o futuro da desembargadora Tânia Borges?
Último grande escândalo envolvendo alguém ligado à Justiça acabou em afastamento, volta e aposentadoria de R$ 38 mil por mês
A nova revelação sobre a família Borges colocou de vez a carreira da desembargadora Tânia Garcia Borges em xeque. Presidente do Tribunal Regional Eleitoral e uma das mais influentes dentro do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, a magistrada virou sinônimo da injustiça social em todo o País.
Boa parte do roteiro já é de conhecimento geral – e nacional: Breno Borges, filho da desembargadora Tânia, foi preso com quase 130 quilos de maconha, além munições de uso restrito. Segundo a Polícia Federal, ele seria ligado ao PCC (Primeiro Comando da Capital), maior e mais conhecida facção criminosa brasileira. Inclusive, participaria de plano para libertar um ‘irmão’ do PCC da prisão em MS.
Contra todas as possibilidades, Breno ‘ganhou’ rapidamente dois habeas corpus, ambos deferidos por desembargadores do TJMS, Ruy Florence e José Ale Ahmad Netto, e acabou recebendo permissão para se internar em uma clínica médica de luxo em São Paulo, sob alegação de ter ‘síndrome de Boderline’. A própria Tânia retirou o filho da unidade prisional, localizado no Bolsão de MS.
Os três desembargadores entraram na mira do Conselho Nacional de Justiça pelo acontecido.
Agora, mais um fato: o outro filho de Tânia, Bruno Borges, foi ‘agraciado’ com julgamento recorde. Ele foi preso em 16 de setembro de 2005, por ter realizado um assalto. Em sete dias o caso foi julgado, e Bruno também encaminhado para uma clínica particular, com a alegação de ser usuário de cocaína.
Sete dias!
Antes considerada com um histórico irretocável e conhecida pelo profundo conhecimento jurídico, além de ter um currículo nacional e internacional invejado na área, Tânia agora virou escândalo nacional.
A desembargadora de MS é investigada pelo CNJ de fazer sim cumprir a Lei, porém em benefício próprio! A família Borges hoje é sinônimo de como funciona a (in) Justiça no País. Uma vergonha nacional e mais um motivo de vexame para Mato Grosso do Sul.
Agora, fica a questão: quais serão os próximos passos?
O Tribunal de Justiça sequer se pronuncia, porém, com o CNJ no caso, já é plausível cogitar um afastamento da desembargadora. Isso, é claro, na possibilidade do corporativismo não se sobressair e salvar o cargo de Tânia. O que normalmente acontece por aqui, lembrando o caso do procurador Miguel Vieira, flagrado na operação Uragano, afastado, mas que retomou o caso, ‘foi’ aposentado e hoje segue a vida normalmente ganhando R$ 38 mil por mês...