07/08/2017 07:00
Escândalo Bruno e Breno: desembargadora teve outro filho preso em processo 'relâmpago'
Bruno foi preso por assalto em 2005. julgado em 7 dias e, coindidentemente, também foi para uma clínica pisiquiátrica
O escândalo judicial envolvendo a desembargadora Tânia Garcia Borges ganhou novos e mais graves contornos neste domingo, quando a magistrada de Mato Grosso do Sul foi mais uma vez vergonha nacional em reportagem divulgada pelo Fantástico. Segundo o material, outro filho da presidente do TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral), Bruno Solon Borges, foi preso após um assalto na Capital, no ano de 2005. Ele estava com um comparsa e acabou saindo da enrascada rapidinho.
O que chamou a atenção foi a celeridade com que o inquérito foi concluído e o caso julgado. Em apenas sete dias todo o trâmite judicial foi feito; o que normalmente leva meses, se não anos. O fato que aconteceu em 16 de setembro de 2005, foi enviado ao MPE (Ministério Público Estadual) no dia 22 de setembro. No outro dia os réus foram intimados, julgados e condenados.
Bruno foi mandado para uma clínica de tratamento psiquiátrico, pois seria usuário de drogas. Já o comparsa dele, enviado para a prisão. O mesmo que aconteceu com Breno Solon Borges, que após intervenção da desembargadora, foi levado para uma clínica de tratamento psiquiátrico de alto luxo.
A desembargadora foi buscar o filho pessoalmente na Penitenciária de Três Lagoas junto com um policial civil. O funcionário que estava com Breno, quando ele foi flagrado, continua preso pelo crime.
Bruno, em sua defesa alegava ser usuário de cocaína. Breno alega ter transtornos psiquiátricos, com diagnóstico de Síndrome de Boderline, onde ele não seria capaz de responder por seus atos.
CNJ investiga
Em entrevista ao programa, o corregedor do Conselho Nacional de Justiça João Otávio Noronha afirmou que o caso chamou a atenção do CNJ. “Causou estranheza primeiro em um julgamento em 5 dias, primeiro julgamento do filho que é o Bruno. Causou a perplexidade da maneira que foi dada a liminar para estender um habeas corpus, de uma outra ação penal que estava tramitando. Causou a estranheza o fato da desembargadora aparecer pessoalmente na prisão, acompanhada de um policial, em um carro que havia sido apreendido, em uma operação de tráfico de drogas”, disse ao programa.
Também ao programa o advogado da desembargadora Benedicto de Figueiredo afirmou que ela “agiu como mãe”. Tania preferiu o silêncio até o momento.
O caso
Breno foi preso no dia 8 de abril quando foi flagrado com 129 quilos de maconha, 270 munições de fuzil e uma arma, sem o porte, tentando levar para São Paulo. Ele estava com outras duas pessoas, sendo a namorada, Isabela Lima Vilalva e um funcionário, único que permanece preso.
No dia 14 de julho, o desembargador Ruy Celso Barbosa Florence concedeu uma liminar para internação do suspeito em uma clínica na capital sul-mato-grossense, e não em Atibaia, como queria a família. A decisão liminar foi confirmada por dois votos a um, na 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça.
Um novo mandado de prisão foi expedido contra Breno no mesmo dia que ele ia deixar a prisão. Dessa vez, ele foi acusado de participar do plano de fuga de um preso de facção criminosa. Mais uma vez a defesa recorreu ao TJ e conseguiu, por decisão do desembargador, José Ale Ahmad Neto, a transferência do suspeito.
Bruno atualmente faz a defesa de Isabela e de Cleiton Jean Saches Chaves, presos por tráfico de drogas junto com Breno.