02/08/2017 11:03
Prefeito chama motoristas Uber para confronto, mas pode reavaliar uso de placa vermelha
Trad disse que não entende tanta revolta, uma vez que o representante da categoria votou a favor dos itens do decreto
O prefeito Marquinhos Trad, do PSD, disse, nesta quarta-feira (2), durante agenda pública realizada no IMPCG, que gostaria de confrontar 'uberistas' para perguntar aos motoristas, "qual é o óbice (motivo) que tanto leva para a realização da revolta". Apesar disso, ele sinaliza reconsiderar alguns pontos, conforme decisão do Congresso Nacional.
Primeiro, o chefe do Executivo municipal disse que, durante a construção do decreto, todos sentaram à mesa e que eles votaram todos os pontos do decreto. "Seria para dirimir qualquer dúvida, por que não [serem] colocados ao meu lado e fazer a pergunta?", disse. Ainda emendou: "nós democratizamos o debate, eles sentaram na nossa mesa e fizeram o decreto". O prefeito ainda disse que o representante dos motoristas votou a favor. "O Wellington votou a favor, está na ata de registro".
Para o prefeito, os motoristas estão descontentes com quatro pontos do decreto. O primeiro seria relacionado ao fato de antecedentes criminais. "Eles apresentam para as empresas, por que não para o município? É tomada de uma medida nacional e não é invenção da prefeitura. Eles estão exercendo uma função de transportar, mediante pagamento, seres humanos. E todos tem que ter a certeza que aquela pessoa não é nociva a sociedade". Marquinhos ainda lembrou que os motoristas de táxi e de vans, seguem essa determinação.
Segundo ponto discutido, será o fato que os motoristas não querem fazer o curso e alegam que realizam quando tiram a habilitação. "Mas quando você tira a CNH de um tipo de letra é diferente quando é para se aperfeiçoar para o transporte de pessoas. Não sou eu, é o Contran. Não sei porque eles se resignaram". O prefeito ainda frisou que o curso é gratuito e oferecido pelo município.
O terceiro ponto, seria a resistência a instalação de um escritório em Campo Grande. "Eles não querem aqui. Se você precisa, só fala através do aparelho celular. Fiquei sabendo que vão começar a cobrar se alguém esquecer um produto dentro do carro. Não devia cobrar, devia ser ato de honestidade".
Último ponto, quarto, está relacionado a remuneração. Prefeito disse que muitos motoristas que alugam os veículos com placas de Belo Horizonte (Minhas Gerais). "Mas lá eles não pagam IPVA. Eles usam nosso asfalto e não recolhem IPVA. Nós aqui exigimos que sejam placas de Campo Grande".
Marquinhos ainda reclamou que os uberistas questionam o uso da placa vermelha. "Mas isso ainda vai depender do Senado. Ocorre que teve um deputado que exigiu a placa vermelha. Para surpresa de todos, foi aprovado na Câmara Federal e agora foi para o Senado, que aguarda votação. Se o Senado disser que não, eu vou pela simetria. Vamos derrubar também".
Por fim, o prefeito disse que em relação a fiscalização, a Agetran ficará responsável. "Campo Grande tem regras e ordem. Vamos fazer valer a regra que eles mesmos ajudaram a fazer. O Janine [diretor-presidente da Agetran] está fazendo a confecção dos prazos e logo vamos fazer a fiscalização".