24/07/2017 08:23
Revoltados, vizinhos botam fogo em casa de suposto estuprador de Kauan no Coophavilla II
Caso aconteceu na noite deste domingo, quando um grupo de moradores invadiu o local
Moradores do bairro Coophavilla II incendiaram a casa do professor de português Deivid Almeida, 38 anos, apontado como suposto autor da morte do menino Kauan Andrade, de 9 anos. O grupo teria ficado indignado com a situação e resolveu fazer Justiça com as próprias mãos.
Segundo informações de vizinhos, um grupo teria chegado a residência na noite deste domingo (23), cortado a cerca elétrica e invadido o local, quebrando vidros e colocando fogo na casa. Equipes do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar foram acionados.
Em conversa com moradores próximos, eles disseram ao TopMídiaNews que a presença de menores na casa do professor era constante. "Sempre tinha criança", disse uma vizinha que não quis se identificar. Deivid morava sozinho e os vizinhos nunca desconfiaram dele.
O suspeito
Uma imagem divulgada neste domingo (23), nas redes sociais, mostra o suspeito de ser o assassino do menino Kauan Andrade, de 9 anos. A imagem começou a ser compartilhada por vizinhos do suposto estuprador, que disseram estar estarrecidos com a descoberta, pois ele seria uma pessoa "acima de qualquer suspeita".
A polícia não desmentiu a informação. A reportagem entrou em contato com o delegado da DEPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente), Paulo Sérgio Lauretto, responsável pelo caso, que não se manifestou sobre o que está sendo divulgado nas redes sociais.
Porém, afirmou em entrevistas anteriores que o suspeito preso nega a participação no crime. "Vamos continuar as buscas e o suspeito está preso, diz que só viu o guri duas vezes", apenas isso.
Após a divulgação do caso pela imprensa, a família procurou o delegado para saber o que realmente aconteceu com a criança. A família está bastante abalada. O homem está preso na sede da Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos).
Casa do professor de português foi incendiada. Foto: André de Abreu.
O caso
Desaparecido há quase um mês, o menino Kauan Andrade dos Santos, 9 anos, teria sido violentado e morto durante o ato sexual por um adolescente de 14 anos e um homem de 38 anos. É o que revela a investigação conduzida pelo delegado Paulo Sérgio Lauretto, titular da DEPCA.
Em entrevista na tarde deste sábado (22), o delegado afirmou que as investigações sobre o desaparecimento da criança de 9 anos, que começaram no mês passado, levaram os policiais até uma casa no bairro Coophavilla, onde o crime teria sido cometido. No entanto, o corpo do menino ainda não foi encontrado.
Em depoimento, o adolescente de 14 anos confessou ter levado Kauan para a casa do pedófilo para ter relações sexuais com ele. Conforme o delegado, durante o ato sexual, a criança começou a chorar e pedir para ir embora, mas o homem de 38 anos não parou e pediu ajuda do adolescente para segurar as mãos de Kauan.
Como os gritos continuaram, o criminoso teria segurado a boca da criança, até que ela desfaleceu, possivelmente morta por asfixia. O adolescente contou ainda que, assustado, colocou o corpo de Kauan em um saco plástico preto e jogou no rio. Até o momento, no entanto, os bombeiros encontraram apenas cabelo humano, que vai ser periciado.
O segundo suspeito, de 38 anos, nega qualquer envolvimento no crime. Porém, na casa indicada pelo adolescente, a polícia encontrou vestígios de sangue e vasto material pornográfico, além de fotos do homem com outras crianças. De acordo com Lauretto, outras duas vítimas já foram identificadas.
O delegado explica também que o pedófilo já era conhecido na região por levar crianças até a casa dele e oferecer dinheiro em troca de serviços sexuais. Morando sozinho, o homem contava com a ajuda do adolescente de 14 anos, que aliciava crianças sempre de famílias muito humildes.
Conforme a polícia, o adolescente cuidava carros para arrecadar renda no horário em que a mãe acreditava que ele estava na escola. Além disso, ele teria participado dos abusos sexuais de outras crianças, assim como de Kauan. Há a possibilidade de ser criada uma força-tarefa, nas próximas semanas, para continuar as buscas pelo corpo da última vítima.
A Justiça decretou a prisão preventiva do homem e ele deverá responder por ocultação de cadáver, exploração sexual, estupro de vulnerável e armazenamento de imagens pornográficas de menores de idade. Ele já prestou depoimento e será encaminhado para a Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos).
Já o adolescente será encaminhado para a Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude) e, posteriormente, para a Unei (Unidade Educacional de Internação).