Polícia

23/07/2017 14:38

Suspeito de estuprar e matar Kauan se identificava como professor e era 'acima de suspeitas'

Vizinhos divulgaram imagens do suspeito, que está preso na Capital

23/07/2017 às 14:38 | Atualizado Rodson Willyams e Liziane Berrocal
Delegado diz que o homem permanece preso na sede da Derf. - Reprodução

Uma imagem divulgada nas redes sociais mostra o suspeito de ser o assassino do menino Kauan Andrade, de 9 anos. O homem de 38 anos foi identificado como Deivid Almeida e se apresentava como professor. A imagem começou a ser divulgada por vizinhos do estuprador que se disseram estarrecidos com a descoberta, pois ele seria uma pessoa "acima de qualquer suspeita".

A polícia não desmentiu a informação. A reportagem entrou em contato com o delegado da DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente), Paulo Sérgio Lauretto, responsável pelo caso, que não se manifestou sobre o que esta sendo divulgado nas redes sociais. Porém, afirmou em entrevistas anteriores que o suspeito preso nega a participação no crime. "Vamos continuar as buscas e o suspeito está preso, diz que só viu o guri duas vezes", apenas isso.

Em uma das duas vezes que encontrou com a vítima, o menino teria lhe pedido dinheiro. Lauretto ainda afirmou que o adolescente de 14 anos confirma e mantém toda a versão da história.

Após a divulgação do caso pela imprensa, a família procurou o delegado para saber o que realmente aconteceu com a criança. A família está bastante abalada. O homem está preso na sede da Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos).

O caso

Desaparecido há quase um mês, o menino Kauan Andrade dos Santos, 9 anos, teria sido violentado e morto durante o ato sexual por um adolescente de 14 anos e um homem de 38 anos. É o que revela a investigação conduzida pelo delegado Paulo Sérgio Lauretto, titular da DEPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente).

Em entrevista na tarde deste sábado (22), o delegado afirmou que as investigações sobre o desaparecimento da criança de 9 anos, que começaram no mês passado, levaram os policiais até uma casa no bairro Coophavilla, onde o crime teria sido cometido. No entanto, o corpo do menino ainda não foi encontrado.

Em depoimento, o adolescente de 14 anos confessou ter levado Kauan para a casa do pedófilo para ter relações sexuais com ele. Conforme o delegado, durante o ato sexual, a criança começou a chorar e pedir para ir embora, mas o homem de 38 anos não parou e pediu ajuda do adolescente para segurar as mãos de Kauan.

Como os gritos continuaram, o criminoso teria segurado a boca da criança, até que ela desfaleceu, possivelmente morta por asfixia. O adolescente contou ainda que, assustado, colocou o corpo de Kauan em um saco plástico preto e jogou no rio. Até o momento, no entanto, os bombeiros encontraram apenas cabelo humano, que vai ser periciado.

O segundo suspeito, de 38 anos, nega qualquer envolvimento no crime. Porém, na casa indicada pelo adolescente, a polícia encontrou vestígios de sangue e vasto material pornográfico, além de fotos do homem com outras crianças. De acordo com Lauretto, outras duas vítimas já foram identificadas.

O delegado explica também que o pedófilo já era conhecido na região por levar crianças até a casa dele e oferecer dinheiro em troca de serviços sexuais. Morando sozinho, o homem contava com a ajuda do adolescente de 14 anos, que aliciava crianças sempre de famílias muito humildes.

Conforme a polícia, o adolescente cuidava carros para arrecadar renda no horário em que a mãe acreditava que ele estava na escola. Além disso, ele teria participado dos abusos sexuais de outras crianças, assim como de Kauan. Há a possibilidade de ser criada uma força-tarefa, nas próximas semanas, para continuar as buscas pelo corpo da última vítima.

A Justiça decretou a prisão preventiva do homem e ele deverá responder por ocultação de cadáver, exploração sexual, estupro de vulnerável e armazenamento de imagens pornográficas de menores de idade. Ele já prestou depoimento e será encaminhado para a Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos).

Já o adolescente será encaminhado para a Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude) e, posteriormente, para a Unei (Unidade Educacional de Internação).