Polícia

19/07/2017 19:00

Após 'migué', caseiro confessa assassinato de ex-vereador e esposa e culpa vítima

Caseiro também estava 'de olho' no veículo da vítima

19/07/2017 às 19:00 | Atualizado Kerolyn Araújo
Kerolyn Araújo

O caseiro e mentor do assassinato do ex-vereador Cristóvão Silvera, de 65 anos, e da esposa, Fátima Silveira, Rivelino Mangelo, 45 anos, confessou o duplo homicídio. Ele disse à polícia que cometeu o crime porque 'era constantemente humilhado e maltratado' pelo patrão. Porém, ele era funcionário recente do casal, o que praticamente desqualifica a 'defesa'. Até o momento, cinco pessoas já foram presas por envolvimento no crime.

Conforme o delegado Fábio Peró, do Garras (Delegacia Especializada em Repressão Roubo a Banco, Assalto e Sequestros), o crime estava sendo premeditado por Rivelino há cerca de uma semana. "Pegamos vários áudios no celular dele combinando o crime com o filho, Rogério Nunes Mangelo, e o sobrinho Diogo André dos Santos Almeida, ambos de 19 anos. Nos áudios ele foi claro ao dizer que, caso não tivesse ajuda dos dois, cometeria o crime sozinho", explicou.

Segundo Peró, Rivelino disse que estava com raiva do patrão por ser constatemente maltratado e humilhado. À imprensa, o suspeito confirmou a versão. "Ele me xingava e me humilhava todos os dias na frente da minha esposa e da minha filha", contou.

Dinâmica do crime

De acordo com a polícia, o crime ocorreu por volta das 15h30 de ontem. Rivelino teria atraído os patrões até um galpão na propriedade rural onde moravam, onde ocorreu o crime. Ele teria ficado responsável por golpear a mulher, enquanto Diogo feria o homem. Segundo a polícia, Cristóvão teria reagido e entrado em luta corporal com os suspeitos.

A intenção também era incendiar os corpos, mas como havia pouca gasolina, apenas uma parte do corpo de Fátima foi carbonizado. 

Após o crime, eles fugiram do local e a caminhonete da vítima foi abandonada em um lixão na cidade de Anástacio por Rogério. Rivelino foi o primeiro a ser preso, após a polícia desconfiar  da versão de roubo com cárcere privado e encontrar os corpos na propriedade rural.

(Facas utilizadas no crime. Foto: Kerolyn Araújo)

Em seguida, a polícia chegou até a casa de Rogério, que assumiu a participação do crime. Ele levou os policiais até a casa do primo, mas Diogo já havia fugido com a caminhonete para a Bolívia.

O terceiro a ser preso foi Alberto Nunes Mangelo, 20 anos, filho de Rivelino. Ele alegou que não teve participação e não tinha conhecimento do crime, e que apenas guardou em sua residência os televisores roubados da casa das vítimas. O pai e o irmão queimaram as roupas com manchas de sangue na casa de Alberto.

No final da tarde de hoje (19), Diogo foi preso em Corumbá e foi baleado durante confronto com a polícia. Um quinto elemento, que levou o veículo da vítima para a fronteira com Diogo, ainda não teve a identidade revelada.

O delegado explicou que depende da prisão de Diogo para esclarecer alguns fatos sobre o crime.