Campo Grande

27/06/2017 16:30

Sem acordo, médicos mantêm indicativo de greve geral também na Santa Casa

Se não receberem salários em dia, profissionais devem paralisar totalmente atendimentos

27/06/2017 às 16:30 | Atualizado Amanda Amaral
Wesley Ortiz

A Santa Casa de Campo Grande não apresentou nova contraproposta para solucionar questão de pagamento dos médicos celetistas do hospital e, em resposta, os profissionais anunciaram paralisação total. A tentativa de acordo aconteceu nesta tarde (27) no Ministério Público do Trabalho, em reunião com o procurador Paulo Douglas Almeida Moraes, a diretoria do hospital e o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul (Sinmed).

Os médicos mantêm o indicativo de greve e a possibilidade real de pararem completamente porque não concordam com os frequentes atrasos no pagamento de seus salários. Por serem contratados seguindo a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), os funcionários deveriam receber no 5º dia útil de cada mês, mas o depósito acontece somente no dia 20, situação que se repete há quatro meses consecutivos.

A proposta do hospital, negada pelos médicos, era manter a data do pagamento no vigésimo dia do mês, pelos próximos oito meses. A diretoria da unidade alega que não há ‘caixa suficiente’ que permita o cumprimento do compromisso de pagamento na data correta, mas o MPT rejeita a justificativa.

“A Santa Casa depende sim do dinheiro público, mas é empregadora como qualquer outra empresa e deve cumprir a lei. Precisamos isolar as responsabilidades para encontrar uma solução e, infelizmente, a diretoria do hospital se mostrou intransigente. Diante dessa condição, não há mais sentido em prosseguir com tentativa de mediação, mas há ainda o apoio do poder judiciário”, disse Moraes, pontuando que há amparo legal suficiente para responsabilizar o hospital.

 Procurador Paulo Douglas Almeida Moraes, do MPT-MS. (Foto:Wesley Ortiz)

Presidente do Sinmed-MS, Flávio Freitas Barbosa explica que os médicos celetistas correspondem a cerca de 30% do efetivo dos atuantes, totalizando aproximadamente de 250 profissionais. “Estes são os que estão sem receber em dia, mas há ainda diversos que estão há seis meses sem hora extra, mas há atrasos também entre os autônomos e pessoas jurídicas. Se não receberem até a próxima semana, no 5º dia útil, vai ter que haver a paralisação”, diz.

Presidente do Sinmed-MS, Flávio Freitas Barbosa. (Foto:Wesley Ortiz)

Pelo mesmo motivo discutido nesta tarde, em meados deste mês houve paralisação parcial atendimentos médicos na unidade, entre 13 e 15 de junho, quando foram cancelados 30% dos atendimentos ambulatoriais e das cirurgias eletivas, ou seja, sem urgência.

Representando a Associação Beneficente de Campo Grande - Santa Casa na reunião, Almir Naldony Rockembach não quis dar declarações à imprensa.