Em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, em outubro de 2016, o deputado federal Carlos Marun (PMDB) confessou que realizava reuniões na residência do ex-presidente da Câmara de Deputados, Eduardo Cunha, para articular o impeachment da então presidente Dilma Rousseff.

“Tínhamos questões do momento em que se discutia o impeachment na Câmara Federal. Nessas reuniões ficaram mais frequentes tratarmos do impeachment”, disse.

Marun foi arrolado como testemunha de defesa da esposa de Eduardo Cunha, Cláudia Cruz, em ação penal em que ela foi ré pelos supostos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

O parlamentar foi perguntado se Cláudia participava das reuniões políticas que aconteciam na residência do ex-deputado. “Das discussões nunca. De cada cinco situações que aconteciam nessas reuniões, em uma ela estava presente e não participava das discussões”, respondeu Marun.

O deputado federal contou que Eduardo Cunha realizava reuniões em sua residência com a bancada do PMDB. “Nós tínhamos questões de pauta. Questões de disputa liderança do PMDB. Questões do momento em que se discutia o impeachment na Câmara Federal. Nessas reuniões ficaram mais frequentes tratarmos do impeachment. Em alguns momentos tive reuniões na residência do deputado com advogados que faziam a sua defesa. Quando participei no conselho de ética”, disse Marun durante o depoimento.

Carlos Marun disse que nunca realizou viagem oficial com o casal, mas viajou junto com Eduardo Cunha em sessões itinerantes da Câmara de Deputados em Curitiba, Campo Grande e Porto Alegre. “Eu a conheci ano passado. Não lembro quando aconteceu a viagem para o Rio de Janeiro quando a conheci”, afirmou.