17/06/2017 13:00
Joesley afirma que pagou propina pela primeira vez ao governo de Zeca do PT
Em entrevista, sócio da JBS afirmou que esquema permaneceu nas administrações do PT, PMDB e PSDB
Em entrevista à revista Época, o sócio da JBS Joesley Batista revelou que o modelo de distribuição de propina pela empresa aos políticos começou pelo governo de Zeca do PT em Mato Grosso do Sul. Depois, ainda conforme o delator, permaneceu pelos governo seguintes.
A revista perguntou para Joesley quando que ele começou a pagar propina. O sócio da JBS respondeu que foi durante o governo do PT em Mato Grosso do Sul. “No governo do PT. Quem inaugurou esse sistema foi o governo do PT. A primeira vez que fui abordado com essa forma de operar foi em Mato Grosso do Sul, no governo do Zeca do PT”, disse.
O delator afirmou que encontrou dentro do Governo do Estado um esquema onde se negociava diretamente com o governador e secretários, o que Joesley chama de ‘nandar de cima’ a distribuição da propina. “Vi uma estrutura organizada no andar de cima, com o governador. As coisas no estado só funcionariam dentro da normalidade se estivéssemos alinhados com eles”, explicou.
O sócio da JBS reiterou o que já havia dito na delação premiada que o esquema inciado com Zeca do PT, passou para o governo sucessor, de André Puccinelli e seguiu na gestão de Reinaldo Azambuja. “Esse esquema perdurou até hoje. Foi do PT ao PMDB e agora, está no PSDB. Tudo com o mesmo modelo, o mesmo modus operandi. Mudam os nomes, mas o sistema permanece igual”, completou.
Durante a delação premiada do irmão, Wesley Batista afirmou que Joesley Batista tratava diretamente com os ex-governadores a distribuição da propina em troca da redução de ICMS em forma de incentivos fiscais. Wesley afirmou que não possuíam amis os registros de quanto foi pago e o modo que foi repassado para o ex-governador Zeca do PT.
Em nota oficial, Zeca do PT negou as denúncias e reafirmou que nunca pediu ou soube de propina vinda da JBS e que todas as revelações feitas precisam ser provadas por Joesley Batista. “Resta desafiado que seja apresentado qualquer prova ou indício do fato aludido na referida delação”, disse.