09/06/2017 19:53
Gilmar vota contra cassação da chapa Dilma-Temer e TSE absolve presidente
Foram 4 votos a favor e três contra a absolvição
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) absolveu nesta sexta-feira (9), por 4 votos a 3, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e o presidente Michel Temer (PMDB) da acusação de abuso de poder político e econômico na campanha de 2014.
A maioria dos ministros considerou que não houve lesão ao equilíbrio da disputa e, com isso, livrou Temer da perda do atual mandato e Dilma da inelegibilidade por 8 anos. O voto que desempatou o julgamento foi o do ministro Gilmar Mendes, presidente do TSE, o último a se manifestar.
Para justificar o voto, o ministro Gilmar Mendes disse que o Brasil é marcado pela instabilidade. "É isso que se quer?". Ele fez duras críticas àqueles que acham que a Justiça tem de resolver questões políticas.
"Nós não devemos brincar de aprendizes de feiticeiros", disse. Ele mandou um recado classe política: 'não tentem usar a mão do tribunal para resolver crise política'.
A ação julgada pelo TSE foi apresentada pelo PSDB após a eleição de 2014 e apontava mais de 20 infrações supostamente cometidas pela coligação “Com a Força do Povo”, encabeçada por PT e PMDB.
A principal acusação era a suspeita de que empreiteiras fizeram doações oficiais com o pagamento de propina por contratos obtidos na Petrobras, além de desvio de dinheiro pago a gráficas pela não prestação dos serviços contratados.
Além da perda do mandato e da inegibilidade de Dilma e Temer, o PSDB reivindicava na ação que os candidatos derrotados Aécio Neves e Aloysio Nunes fossem empossados presidente e vice.
O julgamento da chapa, que começou em abril deste ano, foi retomado nesta semana com os votos do relator, Herman Benjamin, e dos demais ministros da Corte. Também se manifestaram os advogados das partes (defesa e acusação) e o Ministério Público Eleitoral.