Por reajuste salarial, cerca de 100 policiais civis devem revezar e montar acampamento em frente à governadoria nesta quarta-feira (7), como forma de obrigar o governador Reinaldo Azambuja, do PSDB, a "cumprir promessas fechadas durante a campanha e que até agora não saíram do papel". A categoria alega que está há três anos sem reajuste salarial e que o déficit salarial chega a 25%, correspondente ao índice inflacionário de 2015 a 2017, em que o reajuste foi zero.

Segundo o  presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul (Sinpol), Giancarlo Miranda, o governador tem se negado a conversar com a categoria. "Ele manda os secretários conversar com as entidades de classes, nada contra eles [secretários], mas no final, quem assina é ele [o governador]. Nós apenas queremos que ele cumpra a palavra".

Giancarlo ainda afirmou que os compromissos fechados com o governador acabaram no dia 31 de maio e nada foi concretizado. "Nós queremos que sejam realizados os planos de cargos e carreira, promoções. Por exemplo, nada contra os delegados, mas em um comparativo, no cargo de chefia, eles recebem R$ 4 mil. No nosso, o valor é de R$ 300, mas não são pagos pelo governo, apesar de termos esse direito. Então, a gente não entende como funciona a prioridade do governo e vemos uma desvalorização com quem arrisca a vida para proteger o cidadão".

Nesta manhã, o grupo deve realizar um ato como manifestação e os policiais não têm prazo para deixar o local. Caso não sejam recebidos pelo governador, Giancarlo afirma que a categoria pode entrar em estado de greve, até que uma posição seja tomada e cumpridas as promessas.

Conforme o site oficial do Governo do Estado, o governador Reinaldo Azambuja, cumpre agenda em cidades do interior. A Polícia Militar está no local e reforça a segurança. 

Confusão

O presidente ainda comentou sobre a confusão envolvendo a deputada estadual Mara Caseiro, do PSDB, durante a sessão ordinária de terça-feira (6), na Assembleia Legislativa. Na ocasião, a parlamentar teria chamado os policiais de arruaceiros. "Nós discordamos e não somos arruaceiros, ao contrário do que ela nos chamou. Somos trabalhadores e quem começou foram pessoas que não eram da nossa categoria. Mas acredito que chegou a hora dos deputados defender os trabalhadores sul-mato-grossenses. Eles só falam amém para os projetos do governo do estado".

No entanto, afirmou que, apesar da confusão, o deputado estadual Paulo Siufi, do PMDB, sugeriu a criação de uma comissão entre os parlamentares e as entidades de classe para negociar com o Governo do Estado. "Pelo menos, foi positiva a iniciativa", finaliza.