20/05/2017 20:05
Sem asfalto, escola ou ônibus, bairro ganha apelido carinhoso: 'o lugar do não tem'
Idoso conta que já precisou até usar facão para limpar terreno da prefeitura abandonado
E para quem acreditava que não existe bairro sem buracos em Campo Grande, o TopMìdiaNews encontrou um que não sofre com a grande quantidades de buracos espalhados pelas ruas. É isso mesmo, a população do bairro Parque Dos Girassóis garante que a região é conhecida como 'não tem', já que não tem asfalto para ter buracos, não tem limpeza por parte da prefeitura, não tem posto de saúde, não tem escolas, não tem creche e não tem ônibus circulando dentro do bairro.
Rosangela Maria Fragoso Pereira, 43 anos, reside na rua Carmen Bozano Pedra há nove anos e garante que pequenos reparos acabam sendo feitos pelos moradores. De acordo com Fragoso, uma área da prefeitura foi tomada pelo mato e ficou esquecida, já que não existe manutenção no local.
"Aqui a situação é complicada, não tem nada, não temos escola, meu filho estuda no bairro vizinho porque aqui não temos nada. Tem essa área que
A funcionária pública destaca que, no período da noite, o local serve como ponto para usuários de drogas. "A luz do poste queimou, fica escuro e usuários aproveitam para usar e vender drogas. À noite, as pessoas tem que ficar dentro de casa, porque se sai, corre risco na escuridão perto do mato".
Com 93 anos de idade, o aposentado Paulino Cardoso diz que muitas vezes adentrou na mata, com uma foice, para limpar, já que reside de frente para a área. "Eu mesmo já peguei foice e fui limpar ali, meu filho ficou até bravo comigo porque eu não tenho saúde para isso. Mas é complicado conviver com isso. O mato às vezes cresce tanto, que chega na altura do poste, é uma absurdo isso aqui".
Além de ponto de drogas, Paulino conta que a mata também serve como 'motelzinho', que após às 22 horas, é possível ver diversos carros parados na região e, no dia seguinte, papéis de preservativos ficam pela rua. "Isso aqui é um absurdo, às vezes eu sento para assistir o jogo, quando levanto, já vejo de dois a três carros ali. No outro dia, o chão fica cheio de preservativo, papel higiênico pela rua, um horror".