há 7 anos
Delcídio pode voltar a ser preso por omitir propinas da Odebrecht
Delação do ex-senador não cita repasses da empreiteira
O ex-senador Delcídio do Amaral (sem partido) pode voltar a ser preso pela Justiça, por não constar em sua delação premiada fatos relatados pela delação dos executivos da Odebrecht. A Procuradoria Geral da República estuda anular a delação de Delcídio, após aparecer nas delações da empreira diversos recebimentos de recursos indevidos.
Nas delações de Benedicto Barbosa da Silva Júnior e Rogério Santos de Araújo, Delcídio teria recebido R$ 9 milhões através de recursos de Caixa 2 para as campanhas eleitorais. Em 2006, o repasse para Delcídio teria sido de R$ 4 milhões. Na campanha seguinte, o valor não foi detalhado. Rogério Araújo disse apenas, durante a delação premiada, que o pedido de benefícios para o político foram intermediados pelo então diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró. Já Benedicto Barbosa informou que Delcídio recebeu outros R$ 5 milhões quando disputou o Governo do Estado, em 2014.
O ex-vice-presidente de relações institucionais da Odebrecht, Cláudio Melo Filho,em sua delação contou que Delcídio recebeu R$ 500 mil após ter votado favorável pela aprovação de lei que beneficiou a empresa nas questões ligadas a ICMS.
Entretanto, nos 29 anexos baseados em depoimentos prestados entre 11 e 14 de fevereiro de 2016, Delcídio não aborda as informações entregues à PGR pela Odebrecht. O advogado Antônio Figueiredo Basto, responsável pela defesa de Delcídio, disse que não comentará a colaboração da Odebrecht. Delcídio não cita esses fatos de forma direta, apenas aponta ter pedido ajuda a Duque e Cerveró para pagar dívidas de campanha de 2006. Delcídio não citou esses recebimentos.
Por esconder informações relativas ao Caso, o acordo de delação premiada do ex-senador pode ser suspenso, por descumprimento das normas, existindo da prisão de Delcídio ser determinada novamente.