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01/05/2017 14:04

'Casca de Ovo': Tapa-buraco não anima e moradores já contam com volta das 'crateras'

A população critica a qualidade do material utilizado para o serviço na Capital

01/05/2017 às 14:04 | Atualizado Dany Nascimento
André de Abreu

Mesmo com  serviço do tapa-buraco  sendo executado na região das Moreninhas, os campo-grandenses demonstram total insatisfação com a qualidade  do serviço prestado, já que moradores e comerciantes relatam que se acostumaram com a presença do 'festival de buracos'. Enquanto a equipe da prefeitura  realiza os trabalhos, a população aponta o dedo e já conta com a volta dos buracos.

Vando Fermínio, 38 anos, que reside na região há 33 anos, afirmou ao TopMídiaNews que tem vergonha da situação em que se encontra o bairro e destaca que teve prejuízo de R$ 800 após passar com o veículo dentro de um buraco. "Eu tenho vergonha disso aqui, é vergonhoso ter as ruas na situação que está hoje. Eu pago meus impostos em dia para lidar com isso, para lidar só com prejuízo e ruas esburacadas o tempo todo. Passei com meu carro em um buraco e tive um prejuízo de R$ 800 porque entortou as rodas e estourou os pneus do meu carro".

O  morador afirma que  considera 'péssimo' o serviço realizado. "É serviço de péssima qualidade, tapam 3 buracos, de 11 existentes. Não adianta, não adianta falar em mudança, é só ver a qualidade de asfalto que eles trabalham, não dura. Deixa chover, quando chover, leva tudo. É um dinheiro jogado fora".

Assim como Vando, José Luiz Lima, 69 anos, que chegou em Campo Grande em 1977, afirma que  passou a ter medo de 'homens de terno'. "Na verdade, antes as pessoas tinham medo de pessoas de cor mais escura como eu, hoje temos medo daqueles que usam terno porque administrar cidade, estado ou país virou uma  roubalheira. Hoje em dia temos isso, trabalho feito de qualquer jeito porque o verdadeiro dinheiro que devia ser investido é desviado".

José de Oliveira, 38 anos, que possui um comércio no bairro Moreninha I, afirma que o recapeamento é feito apenas com uma camada de asfalto, que sai com facilidade. "É uma casquinha bem frágil, não adianta, é só chover que vai abrir de novo. Os ônibus sofrem para passar, às vezes têm até que desviar o caminho pela dificuldade".

Questionado sobre a demora de três meses para o recapeamento chegar ao bairro, com a entrada do prefeito Marquinhos Trad (PSD), José diz que confia que a cidade será reestruturada, mas lamenta a qualidade do asfalto. "Eu acredito que ele tem vontade, mas enquanto ficar trabalhando com casquinha de ovo, vai ser sempre assim, serviço é feito, fica um tempo bom e logo volta a aparecer".

Simone Moreira. 34 anos, que trabalha na região, afirma que até a próxima quarta-feira (5), novos buracos devem aparecer. "Em dois dias volta tudo, eles voltam a aparecer de novo,  não adianta. Eu moro em outro bairro, mas trabalho aqui e sempre vejo isso, um festival de buracos".