16/02/2017 15:30
Sem salário há dois meses, médicos da Maternidade Cândido Mariano não descartam paralisação
Prefeitura promete regularizar situação até o dia 15 de fevereiro
Médicos que atendem na Maternidade Cândido Mariano, em Campo Grande, denunciam atraso nos salários de dezembro do ano passado e janeiro deste ano, por conta da falta de repasse da prefeitura. Segundo uma profissional, os médicos estão atendendo descontentes e se a situação permanecer, poderá haver paralisação.
''O pessoal está desesperado, já queriam botar cartaz lá na frente para avisar os pacientes. Estamos com contas atrasadas, tem colega que trabalha exclusivamente na maternidade e não tem outra fonte de renda'', relatou uma médica, que preferiu não se identificar.
A denunciante desabafa e conta que já são dois meses com a folha em atraso, e que na próxima semana já vence o mês de janeiro. Diz ainda que os colegas não estão pedindo por reajuste e só querem 'receber o salário normalmente'.
A médica conta que atrasos, não muito longos, ocorrem desde outubro do ano passado, mas que a situação ficou pior desde dezembro de 2016. ''A direção [da maternidade] não da muita informação, somente que iriam solucionar o caso na semana passada, mas não aconteceu. Agora, dizem que pode sair nessa semana'', reclamou a denunciante.
Segundo a Sesau (Secretária Municipal de Saúde), o atraso seria regularizado até o dia 15 de fevereiro. O convênio com a maternidade, segundo a prefeitura, é de R$ 1.253.000 por mês, sendo que a maior parte do recurso vem do Fundo Nacional de Saúde e R$ 310 mil do executivo municipal. Ainda segundo a Sesau, na última sexta-feira (10), foram liberados R$ 2 milhões referentes às parcelas mais atrasadas e que passada a burocracia, o problema seria resolvido até o dia 15. O montante correspondente ao governo federal costuma ser depositado entre o dia 12 e 15 de cada mês.
O poder público municipal explicou que todos os convênios das entidades com a prefeitura passam por auditoria, já que em alguns casos foram identificadas irregularidades, mas que todas os problemas serão solucionados e citou como exemplo a Santa Casa, que recebeu na semana passada R$ 10 milhões de adiantamento para evitar que funcionários entrassem em greve.
Entramos em contato com a assessoria da Maternidade Cândido Mariano, que recebeu os questionamentos, mas ainda não retornou com as respostas.