19/01/2017 15:10
Sindicato contesta efetivo em presídios e alerta: 'clima está tenso' em Mato Grosso do Sul
Entidade diz que clima está tenso e agentes estão sendo ameaçados de morte
O Sinsap (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária) de Mato Grosso do Sul contesta a informação dada pela Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) de que houve reforço no número de servidores por conta do clima de tensão vivido em penitenciárias de todo o país.
''Não houve reforço, o clima está tenso e se acontecer algo será culpa do Estado'', avisou o presidente do Sinsap, André Luiz Santiago. Ele acrescenta que houve a atuação dos estagiários, mas que o prazo deles já acabou e não estão fazendo a segurança. Além disso, estagiário não pode fazer segurança, pois não tem vínculo com o Estado, não é servidor de carreira'', completou Santiago.
Assim que o anúncio de reforço no número de agentes penitenciários nas cadeias do Estado foi noticiado pelo TopMidiaNews, servidores passaram a cobrar o sindicato a fazer uma ação de repúdio, já que o incremento no efetivo não existiu. ''Eles [agentes] estão indignados'', relatou Santiago.
O número de agentes atuando nos presídios é o mesmo realizado habitualmente segundo o Sinsap. ''Tinham seis no Instituto Penal de Campo Grande. Cadê o reforço?'', questiona André. Ele acredita que a informação dada pela Agepen teria sido para passar uma falsa sensação de segurança à população.
O clima está tenso em praticamente todas as unidades prisionais do Estado, denuncia André Santiago. O dirigente também questiona a fala do diretor-presidente da Agepen, Ailton Stropa Garcia, que teria dito que o sistema penitenciário em MS está sob controle.
''O controle que o Estado diz que tem resultou em três fugas em Três Lagoas, além de outras cinco tentativas e amotinamento na Penitenciária Estadual de Dourados. Isso é controle?'', questiona o sindicalista.
Na lista de 'insegurança pública' citada pelo presidente do Sinsap, também são denunciados casos de rebelião em Naviraí, motim em Rio Brilhante no presídio masculino e no feminino, tendo uma servidora mantida refém; lista com nomes de agentes ameaçados de morte na Penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande; agressão a servidores em Corumbá e também no Presídio Feminino Irmã Irma Zorzi, na Capital; atentado com cinco tiros contra um agente penitenciário em Naviraí; execução de um servidor do regime aberto em Campo Grande e um dos mais graves o envenenamento do café de cinco profissionais no começo de 2016, também na Máxima em Campo Grande. Entre os últimos acontecimentos, Santiago diz que ''estão riscando os carros dos agentes em frente a Máxima em Campo Grande''.
Resposta
A Agepen, por meio da assessoria de imprensa, reafirmou, na tarde desta terça-feira (17), que o efetivo foi reforçado com o pagamento de horas extras aos agentes penitenciários. Sobre os estagiários, a assessoria disse que eles estavam atuando na ocasião em que cedeu entrevista ao site e reconheceu que não estão mais lá. Porém disse que em breve os 438 alunos se formarão e serão convocados pelo Governo para atuar efetivamente na segurança das unidades prisionais.