Polícia

19/10/2016 19:03

Morte de Rafaat abre guerra entre PCC e Comando Vermelho na fronteira de MS

Tensão está se espalhando por todo o País

19/10/2016 às 19:03 | Atualizado Kerolyn Araújo
ABC Color

A morte do narcotraficante brasileiro Jorge Rafaat Toumani, 56 anos, em junho deste ano, em Pedro Juan Caballero, no Paraguai, virou motivo de guerra entre as facções criminosas que atuam em todo o Brasil. O caso ocorreu na fronteira do país vizinho com Mato Grosso do Sul.

Após a morte de Rafaat, teve início um cenário de guerra, que começou entre o Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo, e o Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro. A convivência, que até então era pacífica, deixou 18 pessoas mortas no último fim de semana durante rebeliões nos presídios de Boa Vista, em Roraima, e Porto Velho, Rondônia.

Conforme entrevista ao Estadão, o Procurador de Justiça Márcio Sérgio Christiano informou que a disputa é para saber quem será o novo líder do tráfico de drogas e armas das regiões de fronteira. “O PCC passou a comandar o tráfico nessa região da fronteira. O CV, então um aliado, imaginou que poderia lucrar com o tráfico, mas aconteceu o contrário. Quando eles perceberam a real situação, o PCC já tinha dominado tudo”, explicou. 

Logo após a morte do narcotraficante, a notícia de que a ordem da execução de Rafaat teria sido dada pelo PCC, se espalhou. Um jornal paraguaio chegou a noticiar que o novo 'chefão' do narcotráfico na fronteira seria um outro brasileiro, de 32 anos, com ligação direta com a cúpula da facção de São Paulo.

A cúpula PCC está levantando quem são os presos do Comando Vermelho que cumprem pena em presídios de São Paulo e a suspeita é de que possam ocorrer represálias. 

Agora, com clima de tensão e guerra, autoridades da área da segurança pública estão em alerta. 

Morte de Rafaat

O narcotraficante Jorge Rafaat foi morto durante uma emboscada na noite do dia 15 de junho, em Pedro Juan Caballero, no Paraguai. O ''chefão'' da fronteira, que estava em um veículo blindado, foi morto com mais de 16 tiros de balas de alto impacto. Conforme a perícia, Rafaat morreu em decorrência de traumatismo craniano e teve perda de tecido cerebral.