Política

07/10/2016 07:00

Vereadores reeleitos perderam mais de 13,6 mil votos entre 2012 e 2016

Apenas dois parlamentares cresceram em número de votos em relação à eleição passada

07/10/2016 às 07:00 | Atualizado Diana Christie
André de Abreu

Os constantes escândalos envolvendo a Câmara Municipal de Campo Grande e o crescente descontentamento com a classe política se refletiram negativamente no desemprenho dos vereadores que disputaram a reeleição. Na comparação de votos entre 2012 e 2016, apenas dois parlamentares com mandato hoje em dia apresentaram crescimento de popularidade, entre os 11 que garantiram o retorno ao Poder Legislativo.

O mais afetado pela mudança no cenário político foi o vereador Paulo Siufi (PMDB), que perdeu 7.507 votos entre uma eleição e outra. Em 2012, quando o parlamentar podia contar com a força do ex-peemedebista Nelsinho Trad na prefeitura e com o ex-governador André Puccinelli (PMDB), Siufi garantiu 10.117 votos contra pouco expressivos 2.610 nesta eleição, em que o campeão de votos foi um novato com pouco mais de 8,7 mil votos.

Na sequência, Carlão (PSB) perdeu 3.295 votos desde 2012. No pleito anterior, ele havia conquistado 6.491 eleitores contra 3.196 neste ano. Otávio Trad (PTB) perdeu 2.508 votos, caindo de 4.891 votos para 2.383. Já João Rocha (PSDB), que havia sido escolhido por 5.498 pessoas em 2012, decaiu para a preferência de 4.134 eleitore somente. Eduardo Romero (Rede) também perdeu pontos, saindo de 3.506 votos para 2.220.

Com redução de 1.001 votos, o resultado de Chiquinho Telles (PSD) nas urnas passou de 3.729 para 2.728. Já com perdas menos expressivas, Gilmar da Cruz (PRB) teve 595 votos a menos (passando de 6.014 para 5.419 em 2016), Airton Araújo (PT) teve redução de 174 votos (2.834 em 2012 e 3.008 neste ano), enquanto o locutor de rádio Cazuza (PP) amargou menos 115 eleitores, saindo de 2.824 votos para 2.709.

Entre as surpresas do pleito, está o crescimento dos vereadores Lívio Viana (PSDB) e Betinho (PRB). Suplentes, os dois ingressaram na Câmara Municipal no final do quadriênio. Começando por Lívio, o candidato tucano surpreendeu com um aumento impressionante de 2.981 votos, passando de 1.537 votos, em 2012, para 4.518, em 2016. Ele assumiu após recontagem de votos ocasionada pela cassação de Thaís Helena (PT), Paulo Pedra (PDT) e Delei Pinheiro (PSD).

Por sua vez, Roberto Santana, mais conhecido como Betinho, conquistou mais 1.249 eleitores, passando de 1.537 votos para 3.649, em sua curta passagem no Legislativo. Ele tomou posse em 30 de abril de 2015, após Alceu Bueno renunciar ao cargo por envolvimento no escândalo de exploração sexual de adolescentes.  O ex-parlamentar, morto no mês passado, era da coligação pelo PSL.

Calculando perdas e ganhos, os reeleitos tiveram uma defasagem de 13.615 votos, sendo que 14 parlamentares ficaram de fora da nova legislatura. Coincidência ou não, os candidatos que mais perderam eleitores foram justamente os denunciados na Operação Coffee Break, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). Fora do cálculo, mas com breve participação na Câmara Municipal durante a gestão de Gilmar Olarte, o vereador eleito Loester Nunes (PMDB) também teve crescimento de 5.106 para 5.552 votos.