Geral

30/09/2016 16:35

Presidente de sindicato diz que greve não acabou por falta de vontade de banqueiros

Donos de bancos se negam a fazer propostas

30/09/2016 às 16:35 | Atualizado Anna Gomes
Geovanni Gomes

'É falta de vontade', disse o presidente do sindicato dos Bancários de Campo Grande e região, Edvaldo Barros, em relação aos banqueiros que continuam irredutíveis e insistem em não acatar as reivindicações da categoria que completa 25 dias em greve nesta sexta-feira (30).

"Os banqueiros continuam irredutíveis e não estão apresentando uma boa proposta para os bancários. Acredito que seja falta de vontade já que eles possuem um dos sistemas mais lucrativos, onde só no primeiro semestre lucraram cerca de R$ 30 milhões", disse Edvaldo.  

A paralisação da classe está acontecendo desde o dia seis deste mês, já ultrapassou a greve do ano passado e ainda não tem previsão de acabar. Na última quarta-feira (28), foi registrado o décimo encontro do Comando Nacional dos Bancários com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), que mais uma vez acabou sem acordo. Só em Campo Grande e região, 151 agências aderiram à greve, ou seja, 92% delas.

Ainda conforme o presidente do sindicato, a população às vezes acaba criticando os bancários que estão fazendo a greve, mas esquecem que os grandes culpados da paralisação acontecer são os banqueiros.

"Nós reivindicamos 14,78% de reajuste para que seja reposta a inflação de 9,78% e haja ganho real de 5% nos salários, mas eles querem nos oferecer nem a metade do que estamos pedindo", disparou.

Na última reunião a Fenaban ofereceu a oferta de abono para R$ 3,5 mil, com mais 7% de reajuste, extensivo aos benefícios. Também propôs que a convenção coletiva dure dois anos, com garantia, para 2017, de reajuste pela inflação acumulada e mais 0,5% de aumento real.

Conforme, a categoria está aberta para novas negociações, mas a classe alega que a oferta não cobria a inflação do período e representa uma perda de 2,39% para o bolso de cada bancário. Por enquanto, as negociações cessaram.

Além do reajuste digno para a categoria, os bancários também querem proteção aos empregos, acabar com o assédio moral, as metas abusivas, a sobrecarga de trabalho.