há 8 anos
Em último discurso na Assembleia da ONU, Obama pede cooperação
Presidente dos EUA disse que país rodeado de muros fica 'encarcerado'
Em seu último discurso como presidente dos EUA na Assembleia Geral da ONU, Barack Obama conclamou os demais líderes a optarem por um “melhor modelo de cooperação” e integração entre os países diante de um mundo “profundamente dividido”.
“Devemos ir para a frente, e não para trás”, disse Obama, depois de mencionar progressos conseguidos durante seus 8 anos de mandato, como a melhoria da economia internacional, a aproximação com Cuba e o acordo de paz na Colômbia.
Obama disse que um país rodeado por muros é um país encarcerado, em uma crítica velada ao candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, que tem propostas isolacionistas. “Hoje em dia, uma nação rodeada por muros só conseguiria encarcerar-se a si própria.”
O presidente americano afirmou que muitas nações, especialmente as ricas, poderiam fazer mais para ajudar os refugiados. Falou que os EUA foram em grande parte formados pela imigração, e lembrou de sua própria história, acrescentando que aprendeu que nossa identidade precisa ser definida "não colocando o outro para baixo", mas ajudando-o a se levantar.
No discurso, ele conclamou os presentes a "recusar qualquer forma de fundamentalismo e racismo" e defendeu a "democracia real" frente a modelos autoritarios guiados por "homens fortes".
Obama afirmou que os EUA são uma "rara superpotência" ao defender direitos e disse que, apesar de ter defeitos, o país é uma "força do bem".
O presidente disse que que muitas vezes é criticado em seu próprio país por acreditar nas leis internacionais e nos organismos multilaterais. Mas, segundo ele, isso é bom para a segurança do país e do mundo no longo prazo. "Somos todos sócios no sistema global", afirmou.
Ele ainda reafirmou o compromisso dos EUA em não ampliar seu arsenal nuclear e falou da importância do combate a epidemias como as do vírus da zika e ebola, dizendo que são "urgentes". Afirmou afirma que é "urgente" que o acordo climático de Paris entre em vigor.
Obama também falou sobre a Rússia, acusando-a de tentar recuperar sua "glória passada" por meio da força e afirmou que se o país continuar a interferir nos assuntos dos vizinhos, isso tornará suas fronteiras menos seguras.