há 8 anos
Imóveis investigados foram comprados antes de Olarte assumir prefeitura, diz defesa
Entre novas aquisições, estão três terrenos na periferia e uma residência no Dahma
O advogado Jail Azambuja, que defende o casal Olarte, acredita que o próximo passo na linha de investigação realizada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) será apurar a origem dos imóveis adquiridos e declarados no importo de renda por Andreia e Gilmar Olarte.
Conforme o advogado, para que haja qualquer indício de crime de lavagem de dinheiro, como aponta a denúncia do MPE (Ministério Público Estadual) é necessário que haja uma perícia que confronte a movimentação bancária com as declarações de imposto de renda.
"Parece que, neste caso, não há o laudo pericial e, portanto, a investigação deve ir agora aos passos seguintes. Havendo o fornecimento das declarações de imposto de renda tanto de pessoa física quanto de pessoa jurídica, isto deve vir para a investigação. O Ministério Público vai tocar de acordo com o que ele achar melhor", explicou.
As investigações do MPE tiveram início a partir dos dados obtidos com a quebra do sigilo bancário de Andréia Olarte e de sua empresa, a Casa da Esteticista. O órgão revelou que, entre os anos 2014 e 2015, enquanto Gilmar ocupava o cargo de prefeito, “sua esposa adquiriu vários imóveis na capital, alguns em nome de terceiros, com pagamentos iniciais em elevadas quantias, fazendo o pagamento ora em dinheiro vivo, ora utilizando-se de transferências bancárias e depósitos, os quais, a princípio, são incompatíveis com a renda do casal”.
Jail Azambuja também rebateu as acusações do Ministério Público Estadual, e explicou que muitos imóveis foram adquiridos em 2005, 2006, 2008, muito antes de Gilmar Olarte ser vice-prefeito de Campo Grande. Jail ainda afirmou que, em relação aos bens adquiridos recentemente, há um imóvel no residencial Vila Dahma que seria para o filho do casal, além de mais dois a três terrenos comprados em locais afastados, mas que o valor dos imóveis 'não chegariam ao valor declarado' pelo Ministério Público.
O casal foi preso no dia 15 de agosto, quando foi deflagrada a Operação Pecúnia, juntamente com Evandro e Ivamil Rodrigues de Almeida. Eles são suspeitos de participação em crimes de lavagem de dinheiro, associação criminosa e falsidade ideológica.
Olarte
O advogado ainda explicou que o depoimento do prefeito afastado, Gilmar Olarte, teria seguido a mesma linha, prestado esclarecimentos sobre outros pontos também. "Foi questionado sobre outras coisas do exercício de mandato de prefeito, mas seguiu a mesma linha". No entanto, o advogado não revelou quais seriam os demais pontos abordados pelo Gaeco.