Política

10/08/2016 13:25

Em queda de braço, Bernal anuncia ampliação de leitos e quer ajuda de Reinaldo

Por outro lado, o governador disse que a atual administração municipal 'não senta à mesa' para conversar

10/08/2016 às 13:25 | Atualizado Rodson Willyams
Geovanni Gomes / Arquivo

O prefeito Alcides Bernal, do PP, determinou que a Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau) viabilizasse abertura de novos leitos hospitalares para atender “sempre com mais qualidade à população da Capital” e, por extensão, “a todos os sul-mato-grossenses”. A prefeitura quer viabilizar a ampliação de 57 novos leitos de alta complexidade junto à Santa Casa.

A determinação aconteceu um dia depois após o governador Reinaldo Azambuja, do PSDB, se queixar do chefe do Executivo e deixar claro que o prefeito Alcides Bernal “não senta à mesa” para discutir questões relacionadas à saúde e se mantém afastado das negociações. A declaração aconteceu na última segunda-feira (8).

Por meio da assessoria de imprensa, Bernal informou que, em encontro realizado o presidente da Associação Beneficente de Campo Grande da Santa Casa, Esacheu Nascimento,  discutiu ações de aporte de recursos, além dos R$ 20 milhões mensais que são enviados àquela entidade mensalmente e dos R$ 14 milhões de recursos referentes à dívida da antiga administração.

Pelo acordo firmado, serão oferecidos, pela Santa Casa, 15 novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto e 12 infantil, 15 Unidades Semi-intensiva, serviços de laboratório, tomografia, ressonância magnética e 15 leitos na área vermelha municiadas com ventilação mecânica.

A atual gestão já iniciou os procedimentos informando a Comissão Intergestores Regional (CIR) e a Comissão Intergestores Bipartite (CIB), além do Conselho Gestor de Urgência e Emergência e o Ministério da Saúde. Também encaminhará ofício ao Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES), que deverá dar a contrapartida estadual.

No entanto, Reinaldo Azambuja já havia relatado que, mesmo a administração municipal se mantendo distante do governo e nem para discutir ações voltadas à saúde, tem auxiliado a gestão da saúde em Campo Grande, que é de responsabilidade exclusiva do município.

"Nós já abrimos mais 10 leitos em Campo Grande, vamos fazer a contratação para cirurgia ortopédica, estamos fazendo o pós-caravana e fazendo a nossa parte tocando duas obras que são vitais para Capital: o Hospital do Trauma e o Hospital de Câncer que, só nesse, vamos entregar dois pavimentos e mais dois serão feitos, que serão usados pelo SUS", explicou.

Extensão a pacientes do interior

Embora a determinação de Alcides Bernal enfatize que os atendimentos devem ocorrer por extensão a todos os sul-mato-grossenses, Reinaldo declarou, no início desta semana, que o prefeito assumiu a distribuição de vagas do SUS (Sistema Único de Saúde), mesmo a contragosto do Consems, que é o Conselho de Secretários Municipais de Saúde.

Segundo Reinaldo, a prefeitura acionou a Justiça para assumir a regulação, que determina onde cada paciente deve ser atendido. "Entraram acionando judicialmente a questão da regulação, que o Estado está fazendo. A própria prefeitura assumiu a regulação de Campo Grande, contrariando o Consems, que é o Conselho de Secretários Municipais de Saúde. Eles já se manifestaram contrários, [dizendo] que o comando deve ser bipartite, mas é uma questão que não vamos discutir".

Em relação ao impasse envolvendo a demanda de pacientes do interior, o governador disse que tem equipado hospitais de outros municípios para evitar que pacientes venham para a Capital. "Nós criamos uma melhor lógica, temos 10 leitos em Nova Andradina, 10 em Ponta Porã, e mais 10 no Hospital da Vida em Dourados. Fizemos uma lógica regional para que não venham para Campo Grande".

O governador ainda afirmou que "independente disso, com alguns municípios fica difícil pactuar e isso transcende questão políticas, e sim precisamos de questões voltadas às pessoas que precisam do trabalho".

Por outro lado, após anunciar a determinação, por meio da assessoria de imprensa, Bernal destacou que “esse é mais um passo na reestruturação da saúde pública de Campo Grande para que o nosso cidadão receba a atenção que merece. Dessa forma priorizamos a atenção à qualidade de vida da população e o respeito aos servidores”, finalizou.