Política

29/07/2016 11:37

Ex-funcionária de Pedra diz que foi usada e acumula dívida de R$ 500 mil

29/07/2016 às 11:37 | Atualizado Rodson Willyams
Karla Kânepa e Paulo Pedra. Foto: Reprodução

'Me sinto usada por alguém que me dediquei', assim denúncia Karla Cânepa Couto de Amorim Saldivar, de 35 anos, ex-gerente de uma das empresas do vereador cassado Paulo Pedra, do PDT. Karla contou à reportagem que foi 'laranja' de Paulo Pedra na Revista Love, que faliu um 2015 e, desde então, acumula uma dívida trabalhista de R$ 500 mil e está proibida de entrar na prefeitura de Campo Grande.

Karla revelou que conhecia Pedra de longa data, após ter sido gerente do ex-vereador em uma fábrica dele. Devido ao contato, após a fábrica também falir, o seu irmão Tiago Canepa Couto de Amorim, ex-chefe de gabinete de Pedra, apresentou o projeto para a criação da Revista Love. "O meu irmão apresentou o projeto, o Pedra gostou e falou para colocar eu como laranja na revista. Eu me sinto muito burra por ter feito isso e usada. Eu apenas assinei o contrato de abertura e depois não me envolvi mais na empresa", conta.

Logo que a revista faliu, os problemas começaram segundo afirma Karla. "Primeiro procurei o meu irmão para resolver o problema, ele não quis conversa e chegou a abrir um Boletim de Ocorrência contra o meu marido dando uma declaração falsa que tinha sido ameaçado. Depois procurei o Pedra, mas não consegui mais ter contato com ele. Ele chegou a me proibir até a entrar na prefeitura, uma vez que eu vendia sanduíche natural no local", comentou.

Karla ainda afirmou que não tinha noção sobre a revista e que, só depois que começaram a aparecer oficiais da justiça na sua casa, é que viu a gravidade da situação. "Fiquei sabendo que eles não tinham pagado as dívidas trabalhistas das pessoas, muitas chegaram a me procurar, mas eu não tinha muito que fazer. Vi que eles não pagaram os tributos dos funcionários que, na época, eram entre 15 a 17 pessoas. Agora, eu enfrento dificuldades, não tive nenhum tipo de respaldo do Pedra, pessoa a qual me dediquei e cheguei a perder amigos por conta dele, eu fui burra em acreditar nele e abrir esse empresa".

Somente na Justiça Trabalhista, Karla conta que a dívida está em meio milhão de reais aproximadamente. "Sou pensionista do INSS e a minha única renda sai de lá. Ou seja, às vezes, a minha pensão é bloqueada. E o meu nome está bloqueado e não consigo crédito em lugar nenhum. A única renda vem do meu marido, que também sofre com isso. Hoje não falo mais com meu irmão, que é da mesma linha do Pedra, que por sinal fizeram as pazes e me deixaram de lado".

Por conta da influência de Pedra, Karla ainda disse que tem dificuldades de encontrar advogado e que chegou até a ser ameaçada por conta do caso. Ela ainda denuncia que a sua assinatura foi falsificada pelo grupo. "A única coisa que assinei foi a abertura da empresa e mais nada, mas vi que eles falsificaram minha assinatura para diversas coisas. Eu só quero resolver essa questão".

A reportagem entrou em contato Paulo Pedra, que explicou que o caso seria uma briga da família e que não teria nenhuma ligação com o assunto. "Essa informação não procede. Vejo que isso pode ser motivado por conta do período eleitoral. Mas isso é coisa de família, algo que os irmãos abriram e não deu certo. O projeto era deles e não tinha como ela ser laranja minha. Eles se davam bem, mas o projeto não deu certo. Este caso só veio à tona porque o irmão dela ofereceu apoio a mim, nesta eleição".

  

 Tiago Kânepa e Paulo Pedra. Foto: Reprodução Facebook. 

Nomeação

Karla contou que chegou a ser nomeada pelo ex-vereador na época na Câmara Municipal, como forma de receber um salário, mas que após a cassação de Pedra, ela ficou sem amparo.

Em reposta, Pedra disse que logo que o Tiago deixou de ser chefe de gabinete, chegou a nomear Karla na Câmara Municipal. "Realmente, ela trabalhou por período comigo, mas sobre o caso, não tenho o que falar".

O TopMídiaNews tentou entrar em contato com Tiago Kânepa, mas não foi encontrado.