Política

há 8 anos

Advogado nega envolvimento de Puccinelli em esquema e tenta desbloquear bens

21/07/2016 às 13:22 | Atualizado Rodson Willyams
Foto: Geovanni Gomes / Arquivo

O advogado do ex-governador André Puccinelli, do PMDB, Renê Siufi, nega que o seu cliente tenha participação no esquema revelado durante a segunda fase da Operação Lama Asfáltica - Fazendas de Lama. No relatório das investigações, André é citado em trecho que trata da aquisição de livros para crianças.

Segundo a Polícia Federal, o objetivo da compra de livros contra bullying era de fechada e serviria apenas para beneficiar a Gráfica Alvorada. Em razão disso, a Justiça Federal bloqueou os bens do ex-governador, assim como, do proprietário da empresa, Mirched Jafar Junior.

Segundo Renê, o ex-governador não teria envolvimento no esquema. "Absolutamente, ele não está envolvido nisso, até porque não era ele que comprava. Isso está ligado aos servidores da Educação que compravam os livros. Por sinal, esses livros também foram entregues. Mas isso, não tem nenhuma ligação com ele".

Renê ainda explicou que conseguiu ter acesso aos autos do processo e que agora estuda como fará a defesa para tentar desobstruir os bens de André Puccinelli, que acabaram bloqueados pela Justiça. "Consegui ter acesso ao processo, mas como ele é muito extenso, ainda estou analisando e estudando como agir. Mas até o momento, não tem como detalhar, até porque também está sob segredo de Justiça".

O advogado explicou que a decisão da juíza federal Monique Marchioli Leite, da 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande, bloqueou na sua totalidade os bens do seu cliente. "Realmente, o bloqueio foi total, mas atinge somente ao ex-governador. A esposa e a família não foram atingidos, mas como ele é casado com comunhão de bens, isso acaba afetando toda a família. Mas já estamos vendo isso", finalizou.

O caso

Com base nos documentos da CGU (Controladoria-Geral da União), da Polícia Federal e da Receita Federal, a juíza Moniche Marchiolli afirmou, nos autos, que a 'extrema celeridade no processo e os erros encontrados indicam novamente que a verdadeira intenção da aquisição milionária (de livros) foi o desvio de recursos públicos e o recebimento de propina’.

“Assim, extrai-se da análise realizada pela CGU, em conjunto com as interceptações telefônicas levadas a efeito na primeira etapa das investigações da denominada Operação Lama Asfáltica, que há indícios de que a Gráfica Alvorada tenha sido beneficiada pela Administração estadual, por meio de fraude na contratação, mediante o pagamento de propina a agentes públicos, inclusive, ao ex-governador André Puccinelli”, resume a juíza federal.

Em razão disso, a magistrada declarou o bloqueio de bens, no valor de R$ 43 milhões, de 24 investigados na Operação Lama Asfáltica. Puccinelli declarou patrimônio de R$ 5,3 milhões ao Tribunal Regional Eleitoral, porém não se sabe ao certo o valor exato bloqueado judicialmente. Também foram bloqueados os bens do sócio proprietário da Gráfica Alvorada, Mirched Jafar Junior.