Política

16/12/2015 09:59

'Entregue' por Bumlai, empresário de MS confirma recebimento de R$ 500 mil

16/12/2015 às 09:59 | Atualizado Dany Nascimento
Foto: Divulgação

O produtor de vídeo Giovani Favieri confirmou o recebimento de verba, mas não do Partido dos Trabalhadores, após ser citado em depoimentos para a Operação Lava Jato. Ele já foi investigado por supostos desvio de verbas públicas ao atuar nas candidaturas de dos governos de Pedro Pedrossian, Wilson Barbosa Martins e Zeca do PT em Mato Grosso do Sul, e agora acabou 'entregue' pelo pecuarista José Carlos Bumlai por ter participado de reuniões que tratavam sobre o empréstimo de R$ 12 milhões em caixa dois para o PT. 

De acordo com uma entrevista à Folha de S. Paulo, Giovani confirmou que recebeu um valor entre R$ 500 mil e R$ 600 mil, mas não do PT e sim do PDT em 2004.

Segundo Giovani, sua produtora, a VBC, prestou serviços à campanha de Dr. Hélio (PDT), candidato que era apoiado pelo PT no segundo turno em 2004. A direção da campanha era feita por João Santana, mesmo marqueteiro atuante nas eleições de Lula e Dilma Rousseff.

"Foram R$ 550 mil declarados [à Justiça eleitoral] e R$ 500 mil, R$ 600 mil por fora. É óbvio que parte do pagamento foi feito no caixa dois. Naquela época, não havia tanta preocupação com isso. Caixa dois era quase uma contravenção", afirma o produtor.

Conforme a Folha, outro sócio da produtora, Armando Peralta Barbosa, também investigado em Mato Grosso do Sul, foi citado por Bumlai como participante das reuniões que trataram do empréstimo de R$ 12 milhões. Favieri diz não saber até hoje de onde veio o dinheiro que recebeu, mas afirma suspeitar que a operação com o Banco Schahin pode estar por trás do recebimento.

"Eu soube que estava sendo feita uma operação para pagar a dívida de campanha, mas não conheço detalhes. Os rumores que a gente ouvia era que o Bumlai teria ajudado o dr. Hélio. Fiquei sabendo que o banco poderia ajudar a pagar a dívida, mas não sei como ele poderia fazer isso", afirma Giovani.

Questionado sobre o PT agir por trás da operação com o Conselho para aceitar o processo contra Cunha, o produtor nega conhecimento deste assunto.