Cidades

18/03/2015 10:57

Bebê de nove meses tem pescoço perfurado por enfermeira e morre no HR

Erro

18/03/2015 às 10:57 | Atualizado Rodson Willyams e Diana Christie
Foto: Diana Christie

Os pais do menino Luiz Gustavo Barboza Ferreira, de nove meses, estiveram na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário, a Depac do Bairro Piratininga nesta quarta-feira (18) para denunciar a morte do bebê, após suposto erro no procedimento. Luiz tinha hemofilia - doença genético-hereditária que ocorre exclusivamente no sexo masculino - e estava internado desde a última sexta-feira (13) no Hospital Regional, em Campo Grande.  

Conforme a mãe da criança, Roseli Barboza da Silva, 30 anos, o bebê fazia tratamento na unidade hospitalar e, na quinta-feira (12), foi levado pelos pais para dar continuidade ao atendimento.  No entanto, assim que chegou para tomar a medicação, os enfermeiros não estavam conseguindo achar veias na criança.

A enfermeira tentou aplicar a medicação na jugular da criança. Sem sucesso, os enfermeiros pediram para que os pais retornassem no dia seguinte ao Regional. "No mesmo dia à noite, ele começou a chorar e não ficou bem e o pescoço dele começou a ficar escuro", relatou Roseli.

No outro dia, os pais retornaram ao hospital e a médica, ao ver o hematoma no pescoço da criança, já o internou imediatamente.

"Durante a madrugada de sexta-feira para sábado, o bebê ficou com dificuldade de respirar e a médica plantonista se recusou a atender. Só no outro dia, às 10 horas da manhã, a médica que cuidava do caso o intubou e o levou para o CTI. No domingo ainda consegui ver o meu filho e à tarde (ele) veio a óbito", contou a mãe, emocionada.

Segundo o presidente da Avems (Associação das Vítimas de Erros Médicos de Mato Grosso do Sul), Valdemar  Moraes de Souza, que acompanhou a família até a delegacia, a família pretende pedir indenização e recorrer à Justiça.

"Devemos ingressar com ação de danos morais e materiais. Vamos também notificar o Conselho Regional de Medicina, o Ministério Público Estadual e o Direitos Humanos da Ordem dos Advogados de Mato Grosso do Sul". 

Óbito

O atestado de óbito diz que a causa da morte do bebê foi hemorragia pulmonar e edema agudo de pulmão, com a pressão de vasos servicais por hematomas. A reportagem entrou em contato por meio da assessoria de imprensa do Governo do Estado, mas até o momento não obteve resposta.