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há 2 semanas

'De pai para filho': pipoqueiro é exemplo de dedicação ao trabalho nas ruas de Dourados

Homem de 59 anos segue vendendo pipoca e salgados, com mais de 30 anos de história nas praças e eventos da cidade

07/04/2025 às 13:00 | Atualizado 07/04/2025 às 16:39 Méri Oliveira
Cícero segue o legado do pai, e trabalho o ajudou a alcançar várias conquistas ao longo da vida - Clara Medeiros / Dourados News

Cícero Gonçalo, de 59 anos, é uma figura conhecida nas ruas de Dourados, onde mantém há mais de 30 anos a tradição de vender pipoca, salgados e espetinhos. Sua trajetória está intimamente ligada à de sua família, que chegou à cidade quando ele tinha apenas 14 anos. Foi seu pai, Nivaldo Gonçalo Ramalho, o "Lagoa", quem iniciou o negócio de venda de pipoca nas ruas da cidade, em 1980. Desde então, Cícero o acompanhou na produção e nas vendas, como relata o site Dourados News.

Embora tenha experimentado outras profissões, Cícero decidiu, em 1995, se dedicar integralmente ao ofício da família. “Tô até hoje. Já faz mais de 30 anos que continuo vendendo pelas ruas de Dourados, fazendo pipoca, vendendo salgado, graças a Deus”, afirma com orgulho. A decisão se mostrou acertada, e ao longo dos anos, Cícero conquistou importantes objetivos, como a compra da casa própria. Além das vendas, ele complementa a renda alugando kitnets. “Além das vendas, eu alugo algumas kitnets, e isso me ajuda a complementar a renda”, explica, conforme o Dourados News.

O apoio constante de seu pai foi fundamental em sua jornada, principalmente durante o período em que trabalhou na Feira Livre da Rua Cuiabá. No entanto, em 2024, Cícero enfrentou a perda de seu pai, que faleceu após lutar contra o Alzheimer. “Ele já estava parado há algum tempo, então eu continuei com a profissão do meu pai”, relata emocionado. Mesmo com a dor da perda, Cícero seguiu com sua profissão, mantendo vivo o legado de seu pai.

A rotina de Cícero começa cedo, às 4h da manhã, quando prepara os salgados para começar o dia. Com uma clientela fiel, ele realiza entregas em obras da cidade, retornando para casa por volta das 10h. Nos fins de semana, ele se dedica à venda de pipoca e salgados no Parque Antenor Martins, conforme o Dourados News. Além disso, ele aproveita os eventos e festas da cidade para aumentar sua renda. “Quando tem algum evento na cidade, eu vendo com o carrinho de pipoca. Nas festas, sempre trabalho com ele”, diz.

Além da pipoca, Cícero prepara uma variedade de salgados, como coxinhas e enroladinhos de presunto e salsicha, e doces como pudim e algodão-doce, que ele mesmo faz. Orgulhoso de sua produção artesanal, ele destaca que as crianças sempre gritam pela pipoca doce.

Apesar da experiência e qualidade dos produtos, Cícero enfrenta o desafio da concorrência crescente. “Hoje tá tudo difícil, muita concorrência. Todo lugar que você vai tem vendedor, então as vendas na rua diminuem. Mas, graças a Deus, dá para ir levando a vida”, lamenta. Mesmo assim, ele se mantém otimista. “Dá para ir levando. É melhor do que trabalhar como empregado, não posso reclamar. Consigo pagar todas as minhas contas, graças a Deus.”

Com 59 anos, Cícero continua firme no trabalho e se sente grato por sua saúde e pela estabilidade financeira que o ofício lhe proporciona. “Graças a Deus, estou bem, sem problemas de saúde. Trabalho tranquilo e espero continuar por muito tempo”, finaliza, com um sorriso de gratidão, como registrado pelo Dourados News.