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há 1 dia

Justiça Eleitoral rejeita acusação de abuso de poder religioso na campanha de Adriane

Ação foi movida pelo PDT e PSDC em Campo Grande

24/01/2025 às 15:19 | Atualizado 24/01/2025 às 15:15 Thiago de Souza
Adriane e vice tiveram denúncias arquivadas - André de Abreu - arquivo

A prefeita Adriane Lopes e a vice- Dra. Camila Nascimento (Avante) tiveram denuncias de abuso de poder econômico com viés religioso negadas pela Justiça Eleitoral, em Campo Grande. 

A sentença do juiz Ariovaldo Nantes Correa negou os pedidos vindos do PDT – partido de Marquinhos Trad e PSDC para declarar Adriane e Camila inelegíveis e cassar o registro de candidatura delas. 

Os partidos que apoiaram Rose Modesto argumentaram que a prefeita e a vice participaram, com frequência, de cultos religiosos em diversas igrejas evangélicas da Capital durante o pleito eleitoral. 

Também, segundo a Ação de Investigação Judicial Eleitoral, pastores de ministérios frequentados pelas então candidatas seriam pessoas nomeadas em cargos na prefeitura. Além disso, Adriane e Camila foram acusadas de organizar uma rede de apoio de lideranças nas igrejas evangélicas da cidade. 

''... a constante presença de Adriane Lopes em cultos religiosos lhe dava a  oportunidade de falar aos fiéis com o aval dos líderes, influenciando indiretamente na autodeterminação dos indivíduos... '', diz trecho da acusação. 

Sentença 

O magistrado, no entanto, discordou e não viu nexo no pedido dos partidos políticos. Em relação à presença de Adriane em igrejas, foi constatado que a mesma frequenta templos evangélicos há cerca de 20 anos. 

Sobre a contratação de pastores pela prefeitura, o magistrado observou que eles sequer foram nomeados na gestão Adriane e sim na do antecessor, Marquinhos Trad. O juiz não viu qualquer possibilidade de desequilíbrio na eleição no que tange o apoio de líderes religiosos, inclusive pelo fato que a adversária, Rose Modesto, também fora apoiada por lideranças evangélicas. 

Em outro trecho, o juiz assinalou que não houve provas de discurso político dentro das igrejas, nem citação a número das candidatas ou distribuição de material eleitoral que possa configurar abuso de poder econômico. 

Ainda na sentença, o magistrado sugeriu que os partidos na verdade pretendem mudar o resultado das eleições em que foram derrotados. 

Votos 

No entanto, em relação a acusação de compra de votos, o juiz determinou o envio do material e depoimentos para a polícia, já que há indícios fortes que pessoas tenham comprado voto para as candidatas. No entanto, ressaltou que não há provas da participação ou anuência das duas para tais atos.