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Acusado de matar esposa no aniversário do filho alega 'disparo acidental' à Justiça
Crime foi em outubro durante aniversário do filho de 1 ano; Claudinei é acusado de matar Lucilene com tiro na cabeça
Claudinei Aparecido da Silva, 28 anos, acusado de matar a tiros a companheira Lucilene Freitas dos Santos, se defendeu das acusações. Segundo ele, o disparo de arma de fogo foi de forma acidental, sem nenhuma intenção de matar a esposa.
Ele está preso preventivamente desde outubro, quando cometeu o feminicídio. O MPMS (Ministério Público Estadual) acusa Claudinei de feminicídio contra Lucilene, cometer crime na presença dos filhos e portar arma ilegalmente.
Em defesa, Claudinei afirmou que no dia do crime, havia várias pessoas na casa, pois faziam um churrasco em comemoração ao aniversário do filho caçula, que completava 1 ano. Em determinado momento, ele teria ido até o quarto, quando viu uma arma na parte superior do guarda-roupa, enquanto a esposa se encontrava na cama, no mesmo local.
Ao pegar a arma para escondê-la, uma vez que no local estavam muitas pessoas e crianças, ela disparou acidentalmente, atingindo a cabeça da esposa. Ele ainda conta que, de imediato, tentou socorrer Lucilene, porém, em desespero, pessoas o levaram para longe do local.
Deste modo, a defesa do acusado afirma que não procede à denúncia por feminicídio, uma vez que se tratou de acidente. O mesmo pediu quanto ao agravo de ter atirado em frente aos filhos, pois, segundo resposta a acusação, não teria ocorrido já que os filhos estavam dormindo.
Ainda segundo a defesa, os fatos devem ser melhor esclarecidos após audiência para ouvir a vítima e testemunhas. "Com a vinda das provas, tudo
será esclarecido", declarou.
Por fim, a defesa pede a retirada do crime de feminicídio e que Claudinei responda apenas por homicídio culposo, ou seja, quando não se tem a intenção de matar.
O crime
O caso ocorreu no 10 de outubro, na casa da família, na Rua Brazzaville, no bairro Mata do Segredo, em Campo Grande. Segundo os autos do processo, Claudinei e Lucilene mantinham um relacionamento de mais de dez anos, compartilhando a criação de quatro filhos, todos menores de idade.
Na noite do crime, após um churrasco em família, o casal teve uma discussão que terminou com o disparo contra Lucilene. A vítima chegou a ser socorrida pela filha mais velha, de 12 anos, mas não resistiu aos ferimentos.
Após o crime, Claudinei teria fugido sem prestar socorro. No entanto, ele foi preso três dias depois por uma equipe do Batalhão de Choque da Polícia Militar, na casa de um parente no Estrela Dalva.
Em depoimento na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), a filha do casal teria dito em primeiro momento que o pai estava brincando com a arma quando a mãe passou na frente e houve o disparo. No entanto, ao passar por um depoimento especializado, bastante emocionada, ela teria contado que o pai mentiu e que antes de fugir, pediu para ela dizer à polícia que o caso teria sido um acidente.
Após as investigações policiais, a Promotoria de Justiça ofereceu denúncia por feminicídio qualificado, com os agravantes de violência doméstica e prática do crime na presença dos filhos. Além disso, Claudinei foi enquadrado por porte ilegal de arma de fogo.
Depoimentos de testemunhas, entre elas familiares da vítima e de Claudinei, teriam reforçado as evidências de que ele foi o autor do crime. Laudos periciais e registros fotográficos do local do feminicídio também reforçaram os relatos.