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há 6 horas

Trump assina decretos, entre eles perdão a invasores do Capitólio

Após tomar posse como o 47º presidente dos EUA, Trump assina decretos com enfoque na questão da imigração e da economia

20/01/2025 às 21:46 | Atualizado 20/01/2025 às 21:41 Metrópoles, parceiro do TopMídiaNews
Anna Moneymaker/Getty Images

Donald Trump foi empossado no Capitólio, sede do Congresso dos Estados Unidos, como o 47º presidente norte-americano nesta segunda-feira (20/1), em Washington D.C. Como primeira ação como presidente, Trump anunciou várias nomeações de auxiliares e realizou a assinatura de memorandos e decretos. O perdão de 1.500 americanos envolvidos na invasão do Capitólio foi um dos itens assinados.

No site da Casa Branca, estão sendo publicados os memorandos e as ordens executivas de Trump. A primeira ordem executiva diz respeito a revogações de atos de governos anteriores. Trump assinou a revogação de 80 atos ao todo, entre ordens executivas e memorandos. Todas elas são do mandato de Joe Biden.

Dentre as revogações realizadas por Trump, 13 delas foram assinadas por Joe Biden no dia da posse dele, em 20 de janeiro de 2021. Muitas das medidas de Biden no primeiro dia do mandato foram tomadas para dar resposta à crise sanitária da pandemia da Covid-19. Uma das revogações recentes foi a retirada de Cuba como país patrocinador do terrorismo.

Enquanto assinava as primeiras medidas do governo dele, Trump falou a jornalistas que vai retirar o país da Organização Mundial da Saúde (OMS). Ele comparou o valor que os EUA pagam com o que a China contribui e criticou o fato de o outro país, com uma população maior, segundo ele, pagar menos que os americanos.

Liberdade

Com o título “Do discurso e o fim da censura federal” diz que o governo anterior “pisoteou os direitos de liberdade de expressão ao censurar os americanos”. No texto está escrito que os Estados Unidos devem “garantir o direito do povo americano de se envolver em discursos constitucionalmente protegidos”.

Dez decretos executivos já anunciados impõem, entre outras medidas, políticas de imigração de linha dura e a declaração de “emergência energética nacional”. Versam também sobre força de trabalho federal, tarifas e comércio internacional e energia e meio ambiente.

Também ficou determinado que o advogado-geral deve fazer uma revisão em atos dos últimos quatro anos. O objetivo é verificar possíveis ações em contradição com a nova política de liberdade de expressão. Ele deve entregar ao presidente um relatório com o resultado da averiguação e sugestões para correções.

Desaparelhar o Estado

Outra ordem executiva por Trump tem o objetivo de “desarmar o governo contra o povo americano”. O texto diz que nos últimos quatro anos, o governo dos EUA teria sido aparelhado para agir contra os americanos. A ordem apresenta um exemplo do entendimento de Trump sobre o assunto. “O Departamento de Justiça processou implacavelmente mais de 1.500 indivíduos associados ao 6 de janeiro e, simultaneamente, retirou quase todos os casos contra manifestantes do BLM (movimento Black Lives Matter)”.

Ficou determinada nesta ordem que o advogado-geral deverá revisar atos da administração federal que tenham sido feitos em contraste com os direitos da constituição dos americanos. Ele deve reportar, por escrito, ao presidente e outras autoridades o resultado.

Memorandos

Por meio de um memorando, Trump revogou a possibilidade do trabalho remoto. Outro memorando assinado por Trum diz que todas as regras que tenham sido enviadas ao cartório de registro federal devem ser suspensas. Com isto, elas não deverão ser publicadas no diário oficial do país até que sejam revisadas. Medidas que tenham sido assinadas e enviadas ao cartório de registro federal, mas ainda não estejam em vigor, também devem ser adiadas pelo prazo de 60 dias. O prazo será para “revisão” e possível “aprovação”.

Na noite desta segunda, em discurso a apoiadores, o presidente dos Estados Unidos iniciou a assinatura dos documentos. Um deles concretizou da saída do país do Acordo de Paris, que trata da emissão de gases do efeito estufa. “É um absurdo, estão extorquindo os Estados Unidos. Os Estados Unidos não vão sabotar a sua indústria. Na China, eles usam muita energia suja e quando isso vai para o ar, isso não fica lá”, frisou.

A contratação de servidores públicos federais foi suspensa por meio de um memorando. Isto não se aplica às forças armadas do país. Diz o texto que o governo vai desenvolver, por 90 dias, um plano para reduzir o tamanho da força de trabalho federal.

No campo da economia, um dos memorando diz, sem explicar como será feito, que os chefes de todos os departamentos e agências executivas devem proporcionar “ao povo americano uma redução emergencial de preços, consistente com a lei aplicável, e aumentem a prosperidade do trabalhador americano”.

“Isto incluirá a prossecução de ações adequadas para: reduzir o custo da habitação e expandir a oferta de habitação; eliminar despesas administrativas desnecessárias e práticas de rent-seeking que aumentam os custos de saúde; eliminar requisitos contraproducentes que aumentam os custos dos eletrodomésticos; criar oportunidades de emprego para trabalhadores americanos”, diz parte do texto.

Também consta que os chefes devem “eliminar políticas “climáticas” nocivas e coercivas que aumentam os custos dos alimentos e do combustível”. Trump exigiu a apresentação de um relatório, em 30 dias, sobre a implementação do memorando.

Política internacional
Trump disse que os acordos internacionais “não devem sobrecarregar indevida ou injustamente os Estados Unidos”. O texto está uma ordem executiva sobre política internacional. Nela está determinada a saída do Acordo de Paris. A ordem executiva vai além, determina a retirada dos EUA de “de qualquer acordo” semelhante ao Acordo de Paris. Também foi revogado o “Plano Internacional de Financiamento Climático dos EUA”.

Fala a jornalistas

Enquanto fazia a assinatura de ordens executivas, Trump respondeu a perguntas de jornalistas. Questionado sobre a necessidade de uma coordenação internacional para a saúde, disse ser relevante, mas que a Organização Mundial da Saúde (OMS) “rouba” o país. Portanto, vai retirar o país da instituição.

Sobre o Brasil, Trump afirmou que tem uma relação “excelente” com o país. “A relação é execelente, eles precisam da gente, eles precisam mais da gente. Todos (os países) precisam mais dos EUA”.

Decretos assinados por Trump

Imigração e fronteira

Força de trabalho federal

Tarifas e comércio

Energia e meio ambiente

Proibição do TikTok adiada

Donald Trump prometeu no domingo (19/1) emitir uma ordem executiva para dar à ByteDance, dona chinesa do TikTok, mais tempo para a venda da empresa e satisfazer uma lei que a proibiria nos Estados Unidos. Apesar da promessa, a decisão não foi assinada no bloco de decretos.