Campo Grande

há 1 dia

Adriane entra na Justiça para impedir aumento do próprio salário, vice e secretários

Segundo pedido, lei é inconstitucional, acarretaria graves prejuízos orçamentários e gera riscos de descontinuidade nos serviços públicos essenciais

16/01/2025 às 11:00 | Atualizado 16/01/2025 às 11:01 Felipe Dias
Segundo documento, lei também fere 'convicções morais e éticas' da prefeita - Silas Lima

A prefeita Adriane Lopes (PP) entrou com uma ação direta de inconstitucionalidade no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), solicitando uma medida cautelar contra o próprio aumento salarial. O pedido foi divulgado nesta quarta-feira (15).

Conforme já anunciado pela própria prefeita, por meio de nota oficial, há duas semanas, o objetivo é recorrer judicialmente contra o aumento salarial que engloba seu próprio vencimento, da vice-prefeita, além do primeiro escalão do Executivo. 

Em pedido cautelar, Adriane embasa a solicitação afirmando que a lei municipal que instituiu o reajuste salarial, aprovada em fevereiro de 2023, é inconstitucional. Segundo a PGM (Procuradoria Geral do Município), a lei criou uma despesa sem o correto estudo de impacto no orçamento financeiro do Executivo.

"Os subsídios mensais foram aprovados ao arrepio da lei, sem que o legislativo tenha sequer discutido os reflexos disso nas contas públicas, nem tampouco medidas compensatórias exigidas para assegurar o equilíbrio econômico orçamentário, em momento que Campo Grande sofre pela crise econômica e orçamentária que passa o país inteiro, ferindo frontalmente as convicções morais e éticas da Chefe do Poder Executivo", resume o pedido.

A PGM também destacou que tanto o projeto de lei quanto a aprovação ocorreu exclusivamente pela Câmara Municipal. Segundo a procuradoria, caso os efeitos da lei entre em vigor, "acarretará graves prejuízos à economia pública" e "afetará a aplicação de verbas a outros setores de interesse público".

Por fim, o documento pede a suspensão da lei até o julgamento da ação judicial e que ela seja declarada inconstitucional. Caso o pedido seja negado, o reajuste está previsto para entrar em vigor no dia 2 de fevereiro.