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há 1 dia

'Ainda estamos aqui', discursa Lula em ato sobre o 8 de Janeiro

Lula afirmou que, se golpe tivesse vingado, "muitos de nós estaríamos exilados ou presos, como aconteceu no passado"

08/01/2025 às 14:14 | Atualizado 08/01/2025 às 14:15 Diana Christie
Hugo Barreto/Metrópoles @hugobarretophoto

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez, nesta quarta-feira (8/1), um discurso com referências à época da ditadura militar e aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.

“Hoje é dia de dizer em alto e bom som: ainda estamos aqui. Para dizer que estamos vivos e que a democracia está viva, ao contrário do que planejavam os golpistas de 2022… de 2023. Estamos aqui para dizer: ditadura nunca mais, democracia sempre”, afirmou, em evento no Palácio do Planalto.

A frase faz referência ao livro no qual Marcelo Rubens Paiva conta a história do pai, Rubens Paiva, que foi torturado e morto pela ditadura militar de 1964. A obra baseou o filme Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, pelo qual a atriz Fernanda Torres conquistou o Globo de Ouro de Melhor Atriz.

Lula disse que, se houvesse um golpe de Estado em 2023, “muitos de nós estaríamos exilados ou presos, como aconteceu no passado”.

O presidente, então, seguiu: “Estamos aqui em nome de todas as Marias, Clarices e Eunices”, pontuou, emocionado, em referência a Eunice Paiva, viúva de Rubens Paiva. Na mesma solenidade, o presidente retificou a criação do prêmio com o nome dela, que era defensora dos direitos humanos.

“Participar deste evento no Planalto é dizer em alto e bom som: não é possível alguém imaginar que exista melhor forma de governança no mundo que a democracia. Ela é tão boa que permitiu que um mecânico sem diploma chegasse à Presidência. Isso só pode acontecer na democracia.”

O titular do Planalto ainda agradeceu às Forças Armadas, presentes no evento, por “mostrar a este país que é possível construir Forças Armadas com o propósito de defender a soberania nacional”.

Lula ainda fez piada com os “kids pretos” acusados de planejar assassinar o próprio mandatário, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). “Escapei com o Xandão e o companheiro Alckmin de um atentado de um bando de irresponsáveis, um bando de aloprados, que acharam que não precisava deixar a Presidência depois da eleição e que seria fácil tomar o poder”, falou.

“Falei para o Alckmin: ‘Acho que Deus é muito inteligente e Ele achou que a gente daria mais trabalho aqui'”, completou.

Depois do discurso, Lula desceu a rampa do Palácio do Planalto ao lado da primeira-dama Janja, e de representantes dos Três Poderes como o senador Veneziano Vital do Rego (MDB-PB), vice-presidente do Senado Federal, e ministros de Estado. Ele foi até os manifestantes na Praça dos Três Poderes.

Queda no banheiro

O chefe do Executivo falou ainda sobre o acidente que teve no Palácio da Alvorada, quando bateu a cabeça e, depois, passou por três cirurgias. “Achei que tinha chegado o meu fim, mas não chegou o meu fim. Eu estava tão otimista, estava pensando até em tomar um gole, estava sem beber até então.”

“Cheguei a São Paulo, os médicos estavam horrorizados, porque eu podia ter morrido na viagem ou entrado em coma, o avião democraticamente levou 4h para chegar. Agora estou com a cabeça limpa e purificada”, brincou.