Campo Grande

10/12/2024 15:00

Com inchaço nas pernas por 3 dias, venezuelana procura médico e recebe grosseria na UPA Santa Mônica

Vítima procurou assistente social, mas foi orientada apenas registrar na ouvidoria

10/12/2024 às 15:00 | Atualizado 11/12/2024 às 10:02 Dayane Medina
Paciente continua com pés inchados, sem solução para o problema - Reprodução/Repórter Top

Depois de procurar ajuda médica na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Santa Mônica por três dias seguido com intensas dores nas pernas e pés inchados, a operadora de caixa e venezuelana, Génesis Nohedy Canelon Alsaque, 32 anos, alega ter sido maltratada e humilhada por um médico, durante atendimento, no domingo (8), em Campo Grande.

Segundo a paciente, a grosseria do médico e a negação em acreditar que ela realmente estivesse mal deixou a mulher com crise de ansiedade e aos prantos tentou receber apoio da assistente social, mas também não teve sucesso.

De acordo com o relato da paciente, no domingo foi a terceira visita à UPA sem sucesso para controlar as dores. "Eu já tinha ido três vezes antes, porque meus pés estavam inchados, mas o primeiro doutor só me deu medicação e me mandou embora. As dores continuaram, e como eu trabalho como caixa de supermercado, precisei deixar o serviço por conta das dores", conta.

Ao retornar à UPA, outra médica fez uma avaliação mais detalhada e solicitou exames, além de prescrever antibióticos. No entanto, quando Canelon retornou para buscar os resultados, foi novamente atendida pelo primeiro médico, quem a destratou, segundo ela, desacreditando no problema de saúde.

A venezuelana diz que o médico foi ríspido e afirmou que ela não deveria voltar à UPA, sugerindo que ela procurasse a UBS. "Ele me tratou de forma muito grosseira, dizendo que eu só queria o atestado e que eu não deveria estar ali", lembra.

A paciente, que sofre de depressão e ansiedade, teve uma crise emocional e saiu da sala do médico chorando. "Eu saí de lá chorando, com uma crise de ansiedade, porque ele não me escutou. Só me deu dipirona e ibuprofeno, e disse que tudo estava bem, sem revisar meus exames ou fazer qualquer outro procedimento, só me mandou embora dali", detalha.

A operadora de caixa ainda procurou uma assistente social, que, segundo ela, disse que não poderia fazer muito além de orientá-la a ligar para a ouvidoria. "Fui tratada como se fosse apenas mais uma pessoa procurando atestado, sem realmente buscar tratamento para a minha dor e continuo inchada e sem saber o que tenho", desabafa.

A reportagem entrou em contato com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) a respeito do atendimento prestado a paciente no dia e aguarda retorno.

Em resposta, a Sesau disse que "a coordenadoria de urgência da secretaria já está apurando esse caso, conversando com os pacientes e a equipe profissional para saber o que houve. A SESAU informa ainda que trabalha para o atendimento e o bem da população com o máximo de transparência".

*Matéria alterada às 10h04 de quarta-feira, 11 de dezembro, para acréscimo de resposta da Sesau