07/12/2024 09:52
Servidora consegue na Justiça reduzir carga de trabalho para cuidar do filho autista em MS
Com a liminar, Aline trabalha 20 horas por semana para conseguir levar Arthur às terapias necessárias
A servidora pública municipal Aline Cristina Felix da Silva, 33 anos, conseguiu através da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso do Sul, uma liminar para reduzir sua carga horária semanal de trabalho, para cuidar do filho Arthur Félix, de 3 anos, que é portador do TEA (Transtorno do Espectro Autista), e levá-lo a locais que prestem atendimento especializado. Com o benefício, não será necessário diminuir a remuneração nem compensar horários.
Há oito meses o pequeno Arthur foi diagnosticado com autismo e desde o dia 21 de novembro, quando conseguiu a liminar, Aline Cristina está trabalhando com jornada reduzida: passou de 40 horas para 20 horas semanais, ou seja, agora trabalha quatro horas por dia, de segunda a sexta-feira.
“Estou muito feliz com essa conquista que obtive junto à Defensoria Pública! A redução facilita o tratamento do meu filho, dando a ele o direito de um tratamento mais completo, que vai lhe permitir ter uma qualidade de vida muito melhor”, comemora a assistida.
Em junho deste ano, Aline havia feito um pedido administrativo à prefeitura de Amambai para ter sua carga reduzida, mas foi negado.
Então, procurou a Defensoria e teve seu caso atendido por Matheus Paulo de Andrade, defensor público substituto em Amambai e em Coronel Sapucaia/MS. De acordo com ele, a decisão judicial favorável reflete o anseio por uma sociedade mais justa e inclusiva. “Crianças com TEA precisam de cuidados constantes, tanto em terapias quanto no apoio emocional, para se desenvolverem plenamente. Nesse cenário, mães e pais têm um papel crucial, não apenas como cuidadores, mas como participantes ativos no tratamento e no bem-estar de seus filhos”, diz.
Antes de ter a jornada reduzida, por meio de suporte da Defensoria Pública, Silva estava enfrentando muitas dificuldades para conseguir levar o pequeno Arthur às terapias necessárias, o que envolve consultas com médico neurologista, psicólogo, fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional. “Ele é totalmente dependente de mim nessa fase que estamos vivendo junto ao diagnóstico de TEA”, pontua a mãe. De acordo com a decisão judicial, a redução de carga horária da servidora municipal permanecerá “enquanto perdurar a necessidade de tratamento de seu filho, que deve ser comprovada por meio de laudo médico que ateste a necessidade de terapias”.