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Mercosul e União Europeia firmam acordo comercial negociado há 25 anos
Ursula von der Leyen destacou que o acordo marca o início de uma 'nova história'
Após 25 anos de negociações, os chefes de Estado do Mercosul e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciaram, nesta sexta-feira (6), em Montevidéu, no Uruguai, a conclusão de um acordo de livre comércio entre os países dos dois blocos.
O acordo visa a redução das tarifas de exportação e facilita o comércio entre as nações, impactando diretamente economias que somam mais de 750 milhões de pessoas.
Durante a 65ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Javier Milei, Luis Alberto Lacalle Pou e Santiago Peña celebraram a conquista, destacando a importância do acordo para a integração econômica entre os países do Mercosul e a União Europeia (UE).
Ursula von der Leyen enfatizou que o acordo representa o início de uma nova história nas relações comerciais entre os dois blocos. "Agora estou ansiosa para discutir isso com os países da UE. Este acordo funcionará para pessoas e empresas. Mais empregos. Mais escolhas. Prosperidade compartilhada", afirmou.
Ela também abordou as preocupações de alguns setores europeus, especialmente os agricultores franceses, que temem a entrada de produtos do Mercosul no mercado europeu. Von der Leyen garantiu que o acordo inclui "salvaguardas robustas" para proteger esses interesses.
O acordo, que envolve países como Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, promete beneficiar cerca de 60 mil empresas, oferecendo tarifas reduzidas, processos aduaneiros mais simples e acesso preferencial a matérias-primas essenciais.
Segundo a presidente da UE, o impacto econômico será significativo, com uma economia de aproximadamente 4 bilhões de euros, além de criar grandes oportunidades de negócios para os países do Mercosul.
No entanto, apesar de o acordo ter sido fechado, ainda é necessário que ele seja assinado pelos países envolvidos.
Após a assinatura, os textos negociados passarão por uma revisão jurídica, serão traduzidos para os idiomas oficiais dos países e, posteriormente, submetidos à aprovação interna de cada nação.
No Brasil, o acordo precisará ser aprovado pelo Poder Legislativo antes de ser ratificado e entrar em vigor. Não há um prazo definido para a finalização desse processo.
Além do impacto econômico, o acordo também terá um componente ambiental significativo. Ursula von der Leyen ressaltou que a medida está alinhada com os compromissos do Acordo de Paris, focando na proteção ambiental e no combate ao desmatamento.