Campo Grande

há 22 horas

Sophia foi agredida pelo padrasto 3 dias antes de morrer por pisar na perna de irmão de criação

Investigador lembra que Christian estava tão tranquilo no momento da prisão que chegou a dormir na viatura

04/12/2024 às 11:29 | Atualizado 04/12/2024 às 12:25 Dayane Medina e Méri Oliveira
André de Abreu

Testemunha de acusação, o investigador da Polícia Civil, Babington Roberto Oliveira detalha que ouviu, durante interrogatório na delegacia, que Christian Campoçano agrediu Sophia 3 dias antes da morte da criança por ela ter pisado na perna de um dos filhos dele.

A equipe da Polícia Civil foi acionada no dia 26 de janeiro de 2023 para atender a ocorrência na UPA do Coronel Antonino, quando a menina deu entrada morta.

No local, os policiais foram informados da calma da mãe mesmo diante da informação da morte da filha e só começou a chorar quando foi avisada que a polícia seria acionada devido às circunstâncias e o estado da criança, que apresentava hematomas e até mesmo uma lesão no ânus.

"A médica achou estranho ela [mãe] não apresentar nervosismo. Ela notou que a criança já estava rígida. A mãe estava na sala ao lado com a Polícia Militar e Assistente Social", lembra.

A equipe foi informada sobre o endereço onde estava Christian e, durante abordagem, ele agiu de forma tranquila e até dormiu na viatura. "Normalmente o povo fica nervoso, suando, tremendo. Dormir é a primeira vez", diz o investigador.

Babington lembra que Christian foi levado pela equipe da Polícia Civil enquanto Stephanie foi levada a delegacia pela Polícia Militar.

"Não me lembro a ordem, se foi ele ou ela que respondeu o delegado, quando perguntado se Christian batia na Sophia. Mas responderam que ele havia batido 3 dias antes, pois a Sophia havia pisado na perna do outro filho dele e machucado", detalha.

O que rolou nas primeiras horas do julgamento?

A promotora Lívia afirmou que Christian Campoçano, padrasto de Sophia, praticou estupro e atos libidinosos contra a criança em diversas ocasiões, tanto antes quanto após sua morte. A promotora também destacou que o homicídio foi cometido por motivo fútil, devido ao desgosto que os réus sentiam em relação ao comportamento da menina, e que a violência foi extrema, causando sofrimento desnecessário à criança.

A defesa de Stephanie, no entanto, tenta desviar o foco da responsabilidade da mãe, argumentando que ela teria agido de forma negligente devido à ausência do pai biológico. Além disso, a defesa sugere que a mudança de comportamento de Stephanie após o relacionamento com Christian poderia ter influenciado nas atitudes em relação à filha.

Após a morte da criança, a investigação revelou que a vítima sofria abusos físicos e sexuais recorrentes desde os 2 anos, sendo submetida a castigos violentos, além de viver em condições insalubres.

Primeiro dia de julgamento

Durante o primeiro dia do julgamento, a acusação apresentará duas testemunhas, enquanto a defesa de Stephanie convocará cinco testemunhas. Já a defesa de Christian terá outras cinco testemunhas no período da tarde. Entre as testemunhas convocadas estão um investigador de polícia, uma médica e um médico legista. Após a oitiva das testemunhas, os réus serão interrogados. O julgamento deverá se estender até a noite.