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há 4 horas

Casal é preso após criança com paralisia cerebral ser encontrada morta

A criança foi encontrada desnutrida, apresentando ferimentos pelo corpo, além de larvas de moscas na pele, de acordo com a Polícia Militar

18/11/2024 às 19:43 | Atualizado 18/11/2024 às 19:29 Metrópoles, parceiro do TopMídiaNews
Reprodução / Metrópoles

Uma criança de quatro anos com paralisia cerebral foi encontrada morta em sua casa, em Sete Lagoas (MG), no último domingo (17/11), apresentando sinais de violência, desnutrição e maus-tratos. Os responsáveis pelo menino foram presos após funcionários de uma funerária identificarem as condições precárias do corpo e acionarem a polícia.

A mãe da criança, de 27 anos, relatou à Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) que o filho tinha paralisia cerebral desde os oito meses e era alimentado por sonda abdominal. Ela disse ter dado banho e alimentado o menino por volta das 12h daquele dia. Às 15h, ela afirmou que adiaria uma nova alimentação porque o encontrou dormindo. Segundo ela, apenas às 20h voltou ao quarto e percebeu que o menino estava sem sinais vitais e com o corpo frio.

Após constatar o óbito, a mãe acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que confirmou a morte no local, apontando causas inicialmente desconhecidas. A família contatou uma funerária para a remoção do corpo, mas os funcionários, ao notarem indícios de negligência, chamaram a polícia.

De acordo com a PM, o corpo da criança apresentava diversos ferimentos, dentes amarelados e cariados, larvas de mosca na pele, fralda suja e claros sinais de desnutrição.

No boletim de ocorrência, os agentes relataram que a mãe tinha plena consciência das condições do filho e foi autuada por homicídio qualificado, sob a alegação de omissão no cuidado que resultou na morte.

O padrasto da criança, que vivia com a mãe, também foi detido. Ambos foram encaminhados à delegacia para prestar depoimentos. O corpo foi levado para uma funerária e passará por exames periciais para determinar as causas da morte.

Investigação e outros filhos

A Polícia Civil informou que o casal suspeito foi ouvido nesta segunda-feira (18/11) e que a perícia já esteve no local para realizar os primeiros levantamentos. Novas informações serão divulgadas assim que possível, segundo a corporação.

O caso ganhou contornos ainda mais graves com a revelação de que outra filha da mulher, de apenas seis meses, morreu em circunstâncias suspeitas. A mãe alegou que a bebê faleceu ao se sufocar durante a amamentação, enquanto ambas dormiam.

Além do menino de quatro anos e da bebê de seis meses, a mulher tem outros três filhos, com idades de nove, oito e um ano, que foram encaminhados a um abrigo pelo Conselho Tutelar.

Falta de acompanhamento

Questionada pelo Metrópoles sobre o acompanhamento prestado à família, a Prefeitura de Sete Lagoas afirmou que não poderia esclarecer o histórico de assistência sem informações específicas sobre as unidades de saúde envolvidas e os registros de atendimento.

O caso segue em investigação.