Polícia

há 1 dia

Esposa diz que implorou para PMs deixarem marido vivo em Ribas do Rio Pardo (vídeo)

Ela usou fotos dos filhos pequenos do casal e garante que houve execução

05/11/2024 às 09:30 | Atualizado 05/11/2024 às 13:15 Thiago de Souza
Werick morreu em abordagem da PM - Reprodução Facebook

Jaqueline Vitória, 21 anos, é a principal testemunha da morte do esposo Werick Andrade Vito, baleado em confronto com policiais militares, na manhã de sábado (2), em Ribas do Rio Pardo.  Ela estava ao lado dele durante a abordagem e garante que o esposo foi assassinado por suspeita de ter participado de uma morte a facadas horas antes. 

A testemunha conta que Werick não teve participação no assassinato de Crystofer Diogo Arguelho, 20 anos, ocorrido em uma casa de festas.  Depois do crime, ela, o esposo e um adolescente - principal suspeito de matar Diogo -, foram para a casa de um conhecido. Jaqueline diz ter sido orientada por uma advogada, que a instruiu a se apresentar à polícia após 42 horas e esclarecer os fatos. 

No entanto, diz Vitória, os três souberam – via ligação telefônica - que um informante repassou a localização deles para a Polícia Militar. 

''A gente saiu, chegamos em uma esquina e a viatura já chegou. Aí saímos correndo... o menino que executou o rapaz na boate conseguiu se esconder, meu marido não'', relata a esposa. 

Werick foi morto em abordagem e PM diz que investiga caso (Foto: Reprodução Facebook)

Tiros 

O relato da esposa de Werick dá conta que o marido se ajoelhou e colocou as mãos na cabeça quando os PMs desceram da viatura. 

''O policial deu a volta nele, agachou e atirou. Não perguntaram nada, não quiseram saber de nada, só atiraram'', detalha a jovem. Ela acrescenta que gritou que o nome dele era Werick e que não tinha matado ninguém. 

''Mostrei a foto dos meus dois filhos que estava na proteção de tela do celular... falei: 'pelo amor de Deus, não faz isso'', desabafou Jaqueline. Em seguida, o marido foi levado ao hospital e ela o encontrou na unidade, já sem vida. 

PM 

A Polícia Militar informou que todos os procedimentos legais foram tomados, inclusive no âmbito da Polícia Judiciária Militar, perícia técnica e tudo será investigado em inquérito policial militar. 

Ao contrário do que foi alegado pela polícia, Jaqueline garante que não estavam de moto nem tinham arma de fogo. 

O caso 

Crystofer Diogo estava em uma boate, na companhia do menor, Werick e mais dois rapazes quando uma confusão se iniciou. Segundos depois, o adolescente sacou uma faca e atacou Diogo pelas costas. 

Os dois caíram no chão e o menor deu mais facadas. Crystofer foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. As imagens mostram que Werick, que é primo do suspeito, não teve envolvimento na morte. 

Além da esposa Jaqueline, o vereador de Ribas, Álvaro Andrade dos Santos, o ''Nego da Borracharia'', pede justiça no caso que eles entendem ser execução. Foi dito que a OAB Seccional MS foi acionada e outros órgãos também serão. 

O espaço está aberto para manifestação dos citados. 

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