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Acusado de sequestrar, torturar e matar jovens é condenado a 54 anos de prisão em Costa Rica
Outro réu já havia sido condenado a 66 anos de prisão; um segundo foi absolvido e um terceiro está foragido
Após dois anos e um julgamento de cerca de 10 horas, o réu Caio Dias foi condenado a 54 anos de prisão, nesta quinta-feira (31), na Comarca de Costa Rica, por dois homicídios qualificados, duas tentativas de homicídio e corrupção de adolescente. Lucas Paniago, também acusado, foi absolvido.
Caio, Lucas e outros dois envolvidos são acusados pelas mortes de Djone Mendonça, de 22 anos, e Gabriel da Silva Souza, de 19 anos, que foram sequestrados, torturados e assassinados na zona rural de Costa Rica. Dois outros jovens de 21 anos também foram vítimas do ataque, mas sobreviveram. Um deles, contudo, ficou paraplégico.
Caio Dias confessou a participação nos crimes cometidos em 12 de maio de 2022. Na época, a polícia relatou que os jovens foram rendidos em uma casa no centro da cidade e levados encapuzados para a ponte do Córrego Cascavel, na rodovia MS-223, há 15 quilômetros da cidade, onde foram brutalmente agredidos.
Djone Mendonça foi encontrado morto com ferimentos de tiros no pescoço e nas costas, além de cortes no queixo. Gabriel da Silva Souza também foi alvejado e morto no local. Outros dois jovens, mesmo feridos, conseguiram fugir e pedir ajuda.
Durante a investigação, teria ficado evidente que o ataque foi motivado por vingança, relatou o inquérito policial. Os acusados alegaram que agiam em "justiça" por um suposto crime que, segundo as autoridades, nunca foi comprovado.
Os julgamentos de Caio Dias e Lucas Paniago é o segundo no caso. Em dezembro de 2023, outro acusado, Ruan William Gonzaga, foi condenado a 66 anos e 7 meses de prisão por crimes de quádruplo homicídio, dos quais dois foram consumados e dois tentados.
Ainda há um quarto envolvido, atualmente foragido, denunciado pelo Ministério Público. Um adolescente também esteve envolvido no crime, mas foi considerado vítima no processo.
Esteve acompanhando o júri, o Promotor de Justiça Dr. Guilherme Pereira Diniz Penna; a Defensora Pública de Cassilândia, Dra. Thais Soares Vieira Ferreti; a Defensora Pública de Costa Rica, Dra. Juliana Borher Valadares e os jurados.
Após o veredito, Dr. Francisco Soliman comentou a repercussão do caso e a complexidade do julgamento. "Foi um caso que gerou muita repercussão devido à brutalidade e à quantidade de vítimas. Hoje, com a condenação de Caio Dias e a absolvição de Lucas Paniago, pudemos estabelecer uma resposta conforme as provas apresentadas", disse o juiz.
Thais Soares Vieira Ferreti, defensora pública de Cassilândia que representou Lucas Paniago, celebrou a decisão. "A justiça foi feita. Lucas foi absolvido porque não estava presente nos momentos dos crimes. Ele estava com a família na ExpoRica e, no dia seguinte, foi para Chapadão do Sul com sua namorada".
Caio Dias está preso desde o início do processo. Ele seguirá cumprindo sua pena em regime fechado. Lucas, que também estava detido, será posto em liberdade nesta sexta-feira (1º).