Política

há 3 semanas

Filho de desembargador de MS fez quase 1.500 saques e queria 'cegar' fiscalização

Outro investigado também é advogado e filho de magistrado

30/10/2024 às 08:44 | Atualizado 30/10/2024 às 11:00 Thiago de Souza
Filhos de desembargadores articulavam propina - Deivid Corrêa - arquivo e reprodução Facebook

Advogado Fábio Castro Leandro, filho do desembargador Paschoal Carmello Leandro, fez tantas movimentações bancárias que chamou a atenção da Polícia Federal. Foram cerca de 1.500 saques e a investigação acredita que seja dinheiro de vendas de decisões do pai. 

A primeira suspeita é que Fabio tenha atuado para intermediar sentenças judiciais no âmbito da Operação Lama Asfáltica, quando o pai estava na vice-presidência do Tribunal de Justiça. Em 2018, ele já fora alvo de mandado de busca e apreensão. 

Fabio Castro também apareceu no caso da advogada Emmanuelle Silva, processada por dar golpe de R$ 5,5 milhões em um aposentado do Rio de Janeiro. 

Contas

No bojo das investigações, a PF vistoriou as movimentações bancárias de Fabio Castro. Em três anos – de 2016 a 2019 - o jovem realizou 1.489 saques. Chamou a atenção da polícia o fato de, somente três dessas retiradas serem acima de R$ 50 mil. 

''As operações chamam atenção visto que o saque de valores em espécie dificulta e até mesmo impede o rastreamento, sendo subterfúgio frequentemente empregado em atividades ilícitas, inclusive para o pagamento de propina'', definiu a investigação da PF. 

Escandaloso

A investigação trouxe mais elementos: detalhou que Fabio Leandro era próximo de Rodrigo Gonçalves Pimentel, filho do desembargador Sideni Soncini Pimentel. A apuração trouxe que Fabio fez transferências para Rodrigo após recebimento de valores relacionados a levantamentos de depósitos judiciais. 

Nesse contexto, segue a polícia, foi identificado processo julgado pelo desembargador Sideni, que deu decisão favorável a um recurso justamente apresentado por Fabio Leandro. 

Com os dados das transferências bancárias suspeitas, a polícia pediu mandado de busca e apreensão em endereços ligados aos dois advogados e que foram autorizados. 

Tentamos contato telefônico com o escritório de Fabio Leandro, mas as ligações não atenderam. O espaço está aberto para manifestações dos demais citados.