Campo Grande

há 4 horas

Com falta de ambulâncias, família espera 4 horas para atestar morte de idosa em Campo Grande

Angelina Pachuki faleceu 11h50, mas viatura do Samu só atendeu chamado depois das 16h

30/10/2024 às 07:00 | Atualizado 30/10/2024 às 10:23 Dayane Medina
Reprodução/Repórter Top

Familiares de Angelina Pachuki, de 70 anos, denunciam o descaso no atendimento de saúde e a demora das ambulâncias em Campo Grande. Após esperarem mais de quatro horas, uma ambulância chegou apenas para confirmar o falecimento da idosa no bairro Praia da Urca.

A sobrinha-neta de Angelina, Rhayanne Caroline Pachuki, de 31 anos, compartilhou sua indignação ao TopMídiaNews, relatando o sofrimento da família ao buscar auxílio médico sem sucesso. Segundo ela, Angelina faleceu na quinta-feira (24), por volta das 11h50, enquanto estavam presentes o esposo de Rhayanne, sua avó (irmã da vítima) e sua mãe (sobrinha de Angelina).

"Já imaginávamos que esse momento chegaria. Ela estava acamada e em estado delicado. Ligamos para a funerária, mas nos informaram que o corpo só seria recolhido após a liberação do atestado de óbito pelo Samu", conta Rhayanne.

As primeiras ligações para o Samu ocorreram logo após o falecimento, mas a demora surpreendeu a todos. "Às 13h30 ligamos novamente e disseram que o Samu estava sendo liberado para vir", lembra a sobrinha no segundo telefonema.

Com o corpo da idosa já sem vida há quase três horas, Rhayanne, angustiada e vendo os familiares em desespero, procurou ajuda em um quartel do Corpo de Bombeiros. "Fui ao Corpo de Bombeiros, à UPA Coronel Antonino, fui no 24h falar com os socorristas do Samu, liguei na Polícia Militar e nada", lamenta.

Finalmente, após as 16h, o Samu chegou ao local. "Eles pediram desculpas, disseram que só tinha 2 ambulâncias para atender a região, depois disso que a funerária pode buscar o corpo", detalha Rhayanne.

Os trâmites familiares se encerraram às 19h, depois de quatro horas de espera para atestar a morte e mais três horas de burocracia. "Ficamos arrasados, uma cidade do tamanho de Campo Grande e tivemos que passar tamanha humilhação, imagino se fosse uma morte violenta, com sangue, a família ia se deparar com uma cena de horror por horas até ser atendida", lamenta a sobrinha.

A família não chegou a registrar boletim de ocorrência, mas espera uma resposta das autoridades de saúde sobre o caso e sobre a quantidade de ambulâncias disponíveis na Capital.

Em nota, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) informou que o Samu recebeu duas ligações da família de Angelina no dia da ocorrência, mas que somente na segunda ligação foi possível obter todos os detalhes.

"No dia 25/10, às 11h58, o SAMU recebeu a primeira chamada deste caso, mas a ligação caiu antes que as informações fossem dadas à equipe. Às 13h39, o SAMU recebeu outra ligação, quando foi informado o ocorrido, de que a senhora Angelina havia falecido. Todas as 4 ambulâncias avançadas do SAMU, naquele momento, estavam empenhadas em atendimento, e assim que uma delas foi liberada seguiu para a ocorrência. Em nenhum momento houve omissão por parte do Ssmu, e a Sesau, neste momento de luto, se solidariza com a família", diz parte da nota.

Segundo a Secretaria, o Samu opera atualmente com 14 viaturas, sendo 7 de atendimento básico, 4 de suporte avançado, uma de suporte intermediário em Anhanduí e 2 motolâncias. Recentemente, a Prefeitura alugou 10 viaturas, que chegaram entre julho e setembro.