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'MÁFIA DO LEITE': 'mães atípicas' vendem latas enquanto cobram doação da Prefeitura

Uma das envolvidas trabalha para Luiza Ribeiro, coordenadora de campanha de Rose Modesto à Prefeitura de Campo Grande

23/10/2024 às 15:01 | Atualizado 24/10/2024 às 08:15 Vinícius Squinelo
Protesto com mulheres que vendem os produtos - Reprodução

Os protestos liderados por um pequeno grupo de mães de filhos que necessitam de medicamentos especiais revelam o lado sórdido de pessoas que se aproveitam de sofrimento alheio para angariar dividendos políticos e dinheiro. Ao mesmo tempo em criticam a Prefeitura alegando que os filhos estão sem produtos imprescindíveis, alguns vendem livremente em grupo de mães de crianças atípicas leites especiais, como o Pregomin.

Veja acima imagens que comprovam o oferecimento dos produtos, enquanto as mulheres cobram doações da Prefeitura.

Lilidaiane Cruz Ricaldi, uma das líderes dos protestos, oferece Pregomin Pepti no grupo de mães de crianças atípicas. “Uma amiga tem 2 latas de Pregomin Pepti com vencimento para novembro está pedindo 150 nas duas”. Outra integrante não perde tempo: “Tenho 1 lata de Pregomin Pepti 120,00 não entrego, retirar no Bela Laguna”. A oferta é de Thayna Lopes. Ela se apresenta como criadora de conteúdo digital em seu perfil no Instagram, onde tem 81,3 mil seguidores. Suelen Cristaldo oferece Pregomin Plus “50 lata fechada”.

Numa outra negociação no WatsApp, uma mulher que se identifica como Suelen, cobra 700 reais por 10 latas de Pregomin. Por várias vezes, insiste para que a pessoa que entrou em contato fique com as 10 latas que ela diz comprar em farmácia. 

Usando a triste situação dos filhos, algumas dessas mulheres passaram nos últimos dias a promover protestos, mesmo com a Prefeitura tendo feita a distribuição das dietas semana passada. No protesto do dia 17 deste mês, no evento encontro de mulheres conservadoras, realizado no espaço Aliançados Arena, Lilidaiane se apresentou à imprensa com o nome pelo qual é conhecida, Daiane Ricaldi. 

Nesta terça-feira (22), Daiane foi a porta voz durante protesto das mães na Câmara de Vereadores. Ela trabalha para a vereadora reeleita Luiza Ribeiro (PT), como mostra o seu perfil no Instagran. Já nesta quarta-feira (23), esse pequeno grupo de mulheres foi tentar criar fato na Assembleia Legislativa. O deputado estadual Lídio Lopes, denunciou durante a sessão, que a manifestação era política. 

“As pessoas precisam entender nos bastidores o que acontece, tinha servidor na Sesau que foi oferecido mudar de setor e ele não aceitou, para ele ter cargo melhor, não aceitou”. Segundo o deputado, após a demissão do servidor, "uma servidora abriu a gaveta de processos judiciais que ele não fez andar, e no outro dia esse servidor aparecia no comitê da candidata adversária de Adriane”, disse Lídio Lopes durante sessão no Legislativo.

À imprensa, na manifestação na Assembleia Legislativa, Elizangela Silva Souza disse que o movimento das mães atípicas é legítimo. Ela também esteve presente no encontro de mulheres conservadoras no Aliançados Arena, no último dia 17, e, mesmo depois de serem atendidas pela ex-primeira dama do País, Michelle Bolsonaro, fez criticas à gestão de Adriane Lopes, o que demonstra que o objetivo não era resolver o problema dos filhos, mas sim criar fato político. No Instagran, numa das postagens Elizangela encerra um texto em que critica a atual administração dizendo: “Chega, é hora de mudança 44 já”.

Essas “lideranças” fazem de tudo para ajudar a eleger a ex-superintendente da Sudeco, Rose Modesto. Gisele Mendoza Veiga também faz parte das “mães atípicas” e, junto com Daiane e Elizangela, falam em nome das outras mães que realmente estão preocupadas com a saúde dos filhos, mas que não engrossam a lista das mulheres oportunistas. Numa das páginas do Instagram, Gisele posta foto com cerca de quinze pessoas, a maioria mulheres, com propaganda da candidata. 

Outra situação é da Marciana, mãe de uma criança atípica com idade de 12 anos. Em vídeo divulgado ela pede para que não votem na Adriane Lopes (PP), pois “não tem dieta, não tem fralda”. Mentiu descaradamente, pois conforme apurado nos dias 15 de agosto e 18 de setembro deste ano, ela recebeu dieta para 30 dias a cada entrega, e foram fornecidos para a filha dela 300 fraldas nos dias 18 de julho, 15 de agosto e 8 de setembro de 2024. Todos os recebimentos assinados por Antonia de S. Marciana.