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Seis pacientes são infectados com HIV após transplantes de órgão no RJ

Exames de sangue dos doadores de órgãos apresentaram resultados falsos negativos para infecção por HIV

11/10/2024 às 16:08 | Atualizado 11/10/2024 às 15:55 Metrópoles, párceiro do TopMídiaNews
Nathan Posner/Anadolu Agency via Getty Images

A Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) confirmou seis casos de pacientes que receberam órgãos infectados pelo vírus HIV. A Anvisa e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) investigam a situação. Os exames de sangue dos doadores de órgãos apresentaram resultados falsos negativos para o vírus.

Nesta sexta-feira (11/10), a secretária de saúde do Estado do Rio de Janeiro, Cláudia Mello, informou que “esta é uma situação sem precedentes”.

A informação foi revelada pela BandNews e confirmada pelo Metrópoles.

A situação foi descoberta no dia 10 de setembro, quando um paciente transplantado apresentou sintomas neurológicos e testou positivo para HIV ao procurar atendimento no hospital.

O paciente não possuía o vírus antes de realizar o transplante. As amostras dos demais órgãos doados pela mesma pessoa foram analisadas e confirmaram outros dois casos. Há uma semana, mais um receptor de órgãos testou positivo para HIV após o transplante.

Os doadores de órgãos realizaram testes de sangue na empresa PCS Laboratórios, em Nova Iguaçu (RJ).

A Anvisa contatou o laboratório responsável pelos exames e descobriu que a unidade não possuía os kits necessários para a realização dos testes de sangue, tampouco apresentava documentos que comprovassem a compra dos itens. A suspeita é que os testes não foram realizados, mas, sim, forjados.

O PCS foi contratado pela SES-RJ em dezembro do ano passado.

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou, em nota, que criou uma comissão multidisciplinar para acolher os pacientes afetados e, imediatamente, adotou as demais providências necessárias.

Veja a nota da SES na íntegra:

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) considera o caso inadmissível. Uma comissão multidisciplinar foi criada para acolher os pacientes afetados e, imediatamente, foram tomadas medidas para garantir a segurança dos transplantados.

O laboratório privado, contratado por licitação pela Fundação Saúde para atender o programa de transplantes, teve o serviço suspenso logo após a ciência do caso e foi interditado cautelarmente. Com isso, os exames passaram a ser realizados pelo Hemorio.

A Secretaria está realizando um rastreio com a reavaliação de todas as amostras de sangue armazenadas dos doadores, a partir de dezembro de 2023, data da contratação do laboratório.

Uma sindicância foi instaurada para identificar e punir os responsáveis. Por necessidade de preservação das identidades dos doadores e transplantados, bem como do encaminhamento da sindicância, não serão divulgados detalhes das circunstâncias.

Esta é uma situação sem precedentes. O serviço de transplantes no estado do Rio de Janeiro sempre realizou um trabalho de excelência e, desde 2006, salvou as vidas de mais de 16 mil pessoas.