Assassinato

há 5 horas

Por amor, idoso assassinado pela esposa não denunciava constantes ameaças em Paranaíba

Segundo vizinhos, mesmo sofrendo ameaças de morte, por carinho afetivo, João Teodoro não chamava a polícia para Emília

08/10/2024 às 19:00 | Atualizado 08/10/2024 às 12:49 Dayane Medina
Reprodução/Tribuna Livre

Movido pelo amor, João Teodoro do Prado, 66 anos, não denunciava as constantes ameaças que sofria por parte da esposa, Emília Maria de Jesus, 71 anos, em Paranaíba - a 410 quilômetros de Campo Grande. Segundo os vizinhos, João era alvo de várias ameaças contra a integridade física, mas carinho afetivo barrava denúncias à polícia.

Depois de 25 anos de história, muitas brigas, idas e vindas, João Teodoro chegou a registrar uma ocorrência, no ano passado, relatando que foi agredido fisicamente por Emília. No entanto, ele resistia a tomar ações mais severas, contra outras ameaças, exatamente pelo amor que sentia a esposa.

Emília assassinou o marido na tarde de domingo (6), no bairro Daniel II, em Paranaíba. 

Conforme o boletim de ocorrência, a Polícia Militar foi acionada por vizinhos que encontraram Emília ensanguentada e caída na calçada. Quando os policiais chegaram ao local, encontraram João Teodoro do Prado, dentro de casa, já sem vida, com várias perfurações na região do tórax.

O Corpo de Bombeiros foi acionado e realizou os primeiros socorros em Emília, que apresentava apenas um ferimento na perna esquerda. Ela foi encaminhada para a Santa Casa de Paranaíba, onde permaneceu sob custódia. Durante o atendimento, Emília mostrou sinais de conversas desconexas e não soube relatar o que havia acontecido. A polícia não descarta que ela tenha simulado o desmaio.

Testemunhas relataram que, pouco antes do incidente, Emília teria sido deixada na casa por um veículo. Minutos depois, ela saiu do local coberta de sangue, o que desencadeou as ligações para o serviço de emergência. A faca utilizada no crime foi encontrada próximo ao portão da residência.

Assassinato do próprio filho

Quatro anos antes de matar o marido, Emília cometia o mesmo crime contra o filho, em setembro de 2020, na mesma cidade.

Em depoimento sobre a morte do marido, Emília lembrou aos policiais que também matou o filho Agmar Quirino de Almeida, 50 anos, a facadas. Segundo a autora, ela agiu em legítima defesa durante uma briga entre os dois.

Segundo a versão de Emília, o filho era usuário de drogas e só o esfaqueou em "legítima defesa, pois saiu muito lesionada da briga com o filho", disse ela sobre o caso.

Segundo o JP News, o crime aconteceu na Rua Antônio Garcia de Freitas, no bairro Santo Antônio. Mãe e filho discutiam, quando Agmar pegou um facão e acertou um golpe no rosto da mãe que caiu. No chão o filho ainda chutou a mulher.

A idosa levantou, pegou uma faca e golpeou várias vezes o filho. Ainda conforme noticiado na época, Agmar conseguiu desvencilhar e foi até os fundos da casa. Quando retornou com um objeto nas mãos, a mãe desferiu mais golpes de faca, até que ele caísse.

A mulher foi ao quarto, acordou o marido e relatou o caso. Ela ainda pediu para que vizinhos acionassem a polícia.