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há 4 horas

Gestor que desviou dinheiro da Saúde continua recebendo salário de R$ 11 mil em Naviraí

Mesmo diante de investigações, prefeita Rhaiza não afastou médico supostamente cometeu crime

24/09/2024 às 14:12 | Atualizado 24/09/2024 às 14:23 Vinícius Squinelo
Reprodução

Marcada por denúncias de corrupção, a administração de Rhaiza Matos (PSDB) teve em seu primeiro mês de atuação na prefeitura de Naviraí o desvio de recursos públicos da Saúde municipal. Pelo menos R$ 35 mil foram surrupiados dos cofres da prefeitura, segundo o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MP/MS), por gestor da saúde nomeado por Rhaiza para o cargo.

De acordo com a Justiça, o médico Ronaldo Alexandre, gerente de saúde de Naviraí em 2021, teria usado o cargo para adulterar a planilha de pagamento aos médicos do Hospital Antônio Augusto Virote para que ele e sua esposa, Rose Mary Costa Rosa Alexandre, ambos médicos concursados do município, pudessem receber acréscimo no salário com a justificativa de “Produtividade Carga horária”.

A adulteração salarial do casal teria ocorrido em janeiro, no mesmo mês em que o médico estava afastado de suas atividades para tratamento contra a Covid-19. Mesmo assim, Ronaldo recebeu da Prefeitura R$ 20 mil em bonificação e sua esposa R$ 15 mil. Para o MP/MS a ação configurou peculato e enriquecimento ilícito. Ambos são réus no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.

Confira trecho do processo:

Embora a repercussão negativa do suposto caso de corrupção e desvio de recursos públicos da Saúde, a prefeita Rhaiza não tomou providências. O desligamento de Ronaldo do cargo só ocorreu em 19 de fevereiro de 2021, com o afastamento voluntário por parte do investigado, sem a interferência da prefeita.

Três anos depois da primeira denúncia, o descaso de Rhaiza com a situação do médico de Ronaldo Alexandre chamou novamente do MP/MS. Em setembro deste ano, a 2ª Promotoria de Justiça de Naviraí instaurou inquérito para apurar eventual irregularidade no cumprimento da jornada de trabalho e na efetiva prestação de serviço pelo médico no Centro de Especialidades Médicas. De acordo com a investigação, Ronaldo continuaria recebendo o salário de R$ 11 mil sem trabalhar. A prefeitura não investiga o caso.