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Corumbá é a 3ª entre as 10 cidades com maiores focos de incêndios do Brasil em 2024
Cidade também aparece na lista dos municípios que mais desmataram em 2023, segundo o Inpe
Corumbá, a 429 quilômetros de Campo Grande, ocupa o 3º lugar entre as 10 cidades com maiores focos de incêndio no Brasil, de acordo com o levantamento do Programa Queimadas, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Desde o início do ano até esta quarta-feira (18), o município registrou 4.736 focos de incêndio.
Ao todo, dez cidades das regiões Norte e Centro-Oeste respondem por 20,5% das queimadas que atingem o país desde o início do ano. Foram um total de 39.247 pontos de calor até o momento.
Além de Corumbá, as outras cidades afetadas estão situadas nos estados do Pará, Amazonas, Mato Grosso e Rondônia, totalizando 190.943 focos de incêndio no Brasil no período analisado. São Félix do Xingu (PA) lidera a lista com 6.474 focos, seguida por Altamira (PA) com 5.250. Logo após Corumbá, aparecem municípios como Novo Progresso (PA), com 4.598 focos, e Apuí (AM), com 4.308.
Beto Mesquita, membro do Grupo Estratégico da Coalizão Brasil Clima, destaca que Corumbá é a única cidade fora da Amazônia entre as dez com mais queimadas, sendo parte do Pantanal. Ele ressalta a predominância dos incêndios na Amazônia, embora o Cerrado também tenha sido fortemente afetado.
Mesquita também aponta que Corumbá e outras seis das dez cidades mais atingidas pelas queimadas estão na lista dos municípios que mais desmataram em 2023, segundo o Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (Prodes), do Inpe. Além de Corumbá, estão na lista Altamira, São Félix do Xingu, Porto Velho, Apuí, Lábrea e Colniza.
Ele alerta para a complexidade das novas dinâmicas de destruição, onde os incêndios servem como um método alternativo de devastação, dificultando a detecção por sensores remotos que identificam o desmatamento. Essa situação representa um desafio para as autoridades, que precisam aprimorar suas estratégias de combate, fiscalização e preservação.
Embora o foco do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), tenha sido na Amazônia, ao solicitar explicações de seis estados sobre a concentração de queimadas em apenas 20 municípios, Corumbá permanece como um ponto crítico no Pantanal, onde as queimadas também demandam atenção.