há 2 meses
'Não fez avaliação criteriosa nem teste de alergia', diz cliente sobre preenchimento labial (vídeo)
Vítima tomou injeção antialérgica, corticoide na veia e ainda procurou outro profissional para iniciar tratamento de reversão
Uma das clientes da esteticista Ana Carolina Brites, responsável por deformar o rosto de mulheres durante procedimento estético, feitos em um coworking - espaço alugado por profissionais de diversas áreas - onde eram realizados os procedimentos em Campo Grande, detalhou ao TopMídiaNews a experiência aterrorizante vivida após realizar preenchimento labial, com a suspeita que se identificada nas redes sociais como biomédica.
O procedimento da vítima, que também atua na área da beleza, foi feito na sexta-feira (13), no mesmo dia que a cliente entrou em contato, sem nenhum teste ou conversa sobre o procedimento antes.
Segundo a jovem, Ana Carolina se identificou como doutora esteticista, cosmetóloga e biomédica. "Ela não fez nenhuma ficha, ela fez apenas umas perguntas pelo WhatsApp rápidas e não fez nenhuma ficha criteriosa a respeito, não fez teste de alergia nem nada" conta.
Um dia após realizar o procedimento estético, a vítima teve uma intercorrência e os lábios começaram a inchar. Assustada, ela entrou em contato com a esteticista avisando do problema.
"Fui até a farmácia e tomei uma injeção antialérgica, mas a situação não melhorou. No sábado, o inchaço aumentou ainda mais e precisei procurar um atendimento médico", lembra. A paciente recebeu uma injeção de corticoide na veia e foi orientada a continuar o tratamento.
Apesar dos cuidados médicos, a reação não parecia ceder. "No quarto dia, ainda estava tudo igual, então procurei um especialista. Ele me acalmou e me passou as medicações necessárias", detalha a cliente.
Preocupada, a vítima descobriu que uma cliente dela, que também fez procedimento com Ana Carolina, também desenvolveu um problema após o preenchimento. "Fui na delegacia e registrei o boletim de ocorrência na esperança que o caso ganhasse repercussão para alertar outras futuras vítimas e também as mulheres que passaram pelo mesmo e por vergonha não procuraram divulgar", explica.
Apesar do trauma de ver o rosto deformado, a mulher segue o tratamento e já está um pouco melhor.
Investigação
Até o momento, três vítimas procuraram a polícia para denunciar erro durante procedimento estético feito por Ana Carolina.
Segundo a polícia, uma quarta mulher teria sido vítima da esteticista, mas esta não procurou a delegacia para registrar o caso.
A delegada Bárbara da 2ª Delegacia de Polícia junto a Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo) estiveram na casa da suspeita e no coworking - espaço alugado por profissionais de diversas áreas - onde eram realizados os procedimentos.
A polícia está investigando se os produtos adquiridos pela esteticista eram produtos contrabandeados do mercado internacional, vindos do Paraguai ou Bolívia.
Segundo a polícia, o ácido hialurônico tem um custo de cerca de R$ 800 cada ampola para os profissionais, enquanto Ana Carolina realizava procedimentos a R$ 350.
Na rede social, a esteticista se identificava como biomédica, quando, na verdade, é estudante na área.