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Famílias de 37 desaparecidos fornecem DNA para bancos de perfis genéticos em MS

Até agosto, MS registrou 803 desaparecimentos somente neste ano

07/09/2024 às 13:11 | Atualizado 07/09/2024 às 07:48 Diana Christie
Sejusp

Em Mato Grosso do Sul, 37 famílias forneceram DNA para bancos de perfis genéticos durante a Mobilização Nacional de Identificação e Busca de Pessoas Desaparecidas, realizada entre 26 e 30 de agosto.

A campanha foi coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, em parceria com a Polícia Civil e a Polícia Científica do Estado.

A iniciativa teve como objetivo reforçar o Banco Estadual e Nacional de Perfis Genéticos, promovendo a identificação de pessoas desaparecidas em todo o Brasil.

O evento contou com a presença da perita Josemirtes Prado, diretora do Instituto de Análises Laboratoriais Forenses (IALF), e do delegado Carlos Delano, titular da Delegacia de Homicídios.

 

Ao todo, foram 49 coletas no Estado. Campo Grande registrou o maior número, com 16 familiares participando, seguido por Dourados, com 16 coletas, e Costa Rica, que contabilizou 7 familiares.

Nos demais municípios - Aquidauana, Corumbá, Jardim, Naviraí, Nova Andradina, Ponta Porã e Três Lagoas - foram realizadas 10 coletas ao todo.

Essas amostras foram enviadas para análise e integrarão a Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG), que permite o confronto de dados com outras amostras de todo o país.

Esse cruzamento de informações é uma ferramenta essencial para a localização de desaparecidos, especialmente em casos de longa data, como o de Edmilson de Lisboa Duarte, desaparecido há dois anos no bairro Tijuca.

Seu irmão, Nildo Duarte, foi um dos primeiros a doar material genético na campanha, mantendo a esperança de encontrar o familiar desaparecido.

A próxima fase da campanha irá focar na coleta de impressões digitais e amostras genéticas de indivíduos vivos sem identificação. 

Já a fase seguinte, denominada análise do backlog, irá verificar as impressões digitais de corpos não identificados que estão armazenadas em bancos de dados estaduais e federais.

Todas as informações levantadas serão inseridas no registro nacional, visando comparar mais de 220 mil perfis de DNA que foram registrados a partir de 2014.

O desafio 

Em Mato Grosso do Sul, foram contabilizados 1.468 casos de pessoas desaparecidas no ano de 2023. Já em 2024, até o mês de agosto, o registro já chega a 803 ocorrências, sendo a maioria do sexo masculino.

Com uma frequência contínua, são realizados levantamentos genéticos em familiares de indivíduos desaparecidos no estado, em um total de 15 pontos de coleta.