Campo Grande

há 2 semanas

De 'joguete', jovem com endometriose espera há 6 meses por cirurgia em Campo Grande

Paciente relata que vive indo a hospitais por conta da dor, mas sempre a mandam para casa e somente com alguns medicamentos

03/09/2024 às 19:00 | Atualizado 03/09/2024 às 13:29 Vinicius Costa
De um lado, o pedido para a cirurgia. De outro, os medicamentos que toma enquanto a cirurgia não sai - Repórter Top

A vida de Gislaine Ossuna Cristaldo, de 21 anos, tem sido diferente nos últimos meses devido à rotina complicada de tentar passar por uma cirurgia em razão do diagnóstico de endometriose. A paciente está vivendo um verdadeiro 'joguete', pois a cada ida ao hospital, é um retorno frustrado para a residência com alguns medicamentos para suportar a dor que sente por conta da doença.

Para quem não conhece, a endometriose é uma doença ginecológica crônica que ocorre quando o endométrio, tecido que reveste o útero, cresce fora do órgão. As células do endométrio se deslocam para outras partes do corpo, como ovários, bexiga, intestino e ligamentos uterinos, onde se multiplicam e sangram. 

À reportagem, Cristaldo revela que desde nova reclamava de dores na barriga e sangrava muito. Para descobrir o que se tratava, procurava as unidades de saúde do bairro onde mora, mas ninguém parecia disposto a ajudar. "Era a mesma coisa, me pedia exames de sangue, urina, ultrassom e nunca dava nada", disse.

Decidida a descobrir o que realmente tinha, ela procurou um ginecologista particular e logo foi pedido um exame de ressonância magnética e não demorou muito para vir o resultado. Foi após esse exame, que ela descobriu que tinha endometriose.

Ao TopMídiaNews, Gislaine explicou que precisa fazer a cirurgia, possui encaminhamento, já conta com todos os exames necessários, mas toda vez, acaba não conseguindo atendimento médico. Ela ainda relata que está convivendo dores intensas há pelo menos duas semanas.

"Toda vez que eu vou ao hospital, eu estou passando muito mal, sangrando muito e eles só pedem para tomar medicamento e fala que tenho que aguardar", desabafa. A jovem, no entanto, "aguarda" ser chamado há seis meses, mas nesse período, só houve tentativas em vão de curar a doença que tanto a aflige.

Em nota, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que "aguarda a liberação de vaga junto à rede especializada contratualizada, para o agendamento da paciente".