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há 3 meses

Instalação incorreta de aquecedor de água pode ter causado a morte de família inteira em MG

Segundo o Corpo de Bombeiros, um duto exaustor do aquecedor de gás jogava monóxido de carbono para dentro do apartamento, ao invés de jogar para fora

13/08/2024 às 14:17 | Atualizado 13/08/2024 às 13:13 Dayane Medina
Reprodução/Rede social

A família de quatro pessoas encontrada morta no domingo (11), em um apartamento no Bairro Aclimação, em Uberlândia, pode ter morrido devido à inalação de monóxido de carbono causado pela instalação inadequada de um aquecedor de água. A família estava se preparando para ir a um almoço do Dia dos Pais na casa de parentes.

As vítimas eram Danilo e Rose Mary, de 34 e 33 anos, respectivamente, Daniel, de 11, e Ana Clara, de 15 anos. O apartamento da família fica no 4º andar de um dos 16 blocos do condomínio.

Ao G1, o tenente João Marcos Barreto, do Corpo de Bombeiros, informou que um duto de exaustão do aquecedor a gás jogava monóxido de carbono para dentro do apartamento, ao invés de jogar para fora.

"Vimos que o duto de exaustão desse aquecedor ficava para dentro do apartamento, o que causou acúmulo de gás dentro da residência, devido ao frio do fim de semana", afirmou o tenente. "Está sendo realizada a perícia no equipamento, porém, nós verificamos que o equipamento não foi instalado conforme preconiza a norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas, a ABNT de 13.103 de 2013, que traz informações sobre como equipamentos a gás devem ser instalados dentro de residências", disse.

O tenente explicou, ainda, que o monóxido de carbono tem por característica ser silencioso.

"Ele não tem cor, não tem cheiro e não tem temperatura, a asfixia é praticamente instantânea."
Em nota publicada nesta segunda-feira (12), Condomínio Residencial Umá afirmou que o aquecedor foi instalado indevidamente. Veja a nota na íntegra abaixo.

"Reiteramos que o acidente ocorreu devido a instalação indevida e sem autorização de aquecedor a gás dentro do apartamento e que o Condomínio não possuía conhecimento de tal instalação", afirmou a administração do condomínio.
Segundo o Corpo de Bombeiros, parentes que esperavam a família para o almoço se preocuparam com a demora e foram até o apartamento. No imóvel, a família foi encontrada já sem vida.

A Polícia Militar informou que quando a equipe entrou no apartamento encontrou a mãe e os dois filhos no chão da sala e Danilo no banheiro.

Segundo a Defesa Civil, a suspeita é que o monóxido de carbono vazou do aquecedor a gás que fica na cozinha e a família usava para aquecer a água do chuveiro.

"Provavelmente eles acionaram o aquecedor para esquentar a água. O gás, ao invés de ser jogado para fora do ambiente, estava todo indo para dentro do apartamento. O duto não estava no local correto, o que mostra que quem instalou não tinha o devido conhecimento para o trabalho", explicou a tenente do Corpo de Bombeiros, Alexandra Lopes.
A Polícia Militar (PM) e a Polícia Civil também estiveram no local. O registro de gás foi desligado, assim como toda a energia elétrica do condomínio. Não houve riscos de explosão.

"Antes da entrada das guarnições desligamos a energia do prédio, fizemos o fechamento da alimentação do gás da edificação e fizemos uma varredura nos outros apartamentos também, para procurar possíveis vítimas. Apenas um cachorro e um gato foram localizados no 2° e 3° andares", ressaltou o capitão da Defesa Civil, João Batista Afonso.
Após a perícia da Polícia Civil, os corpos foram levados para o IML (Instituto Médico Legal). O velório começou nesta segunda-feira (12) e o sepultamento deve ocorrer na terça (13).